quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Vem aí o arco-íris...


Mesmo longe, já avisto o arco-íris, e ele é lindo, com todas as suas cores pra lá de nítidas... Uma estranha leveza em mim se instala e sinto meu ser rodopiar feito bailarina em dia de show, segura após tantos ensaios. Já não há o medo de que chova, porque já aprendi que a chuva em nada atrapalha, quando ela é externa e só molha o corpo. Já saí de casa em tantos dias ensolarados, erroneamente acreditando que tudo seria perfeito, e sem notar que a única ameaça era eu totalmente nublada por dentro... 

Hoje, se chover, aproveito a chuva para molhar o corpo e a alma... para regar todas as minhas sementes... para dançar dentro das poças e dos possos, muito mais do que os não-possos da vida! Curiosamente tenho me permitido poder tudo. Tudo e mais um pouco. E só pode ter essa estranha certeza aquele que se choveu tanto! Benditas chuvas! Todas elas! 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Carta à presidente Dilma

Confesso que quando vi a presidente Dilma chorando, emocionada, ao falar do incêndio de Santa Maria, fiquei com os sentimentos meio divididos. Foi uma espécie de repeteco do sentimentalismo petista do Lula, com um toque feminino, que, por ser mãe, dá novas cores a tudo, e pensei no idiota do FHC, duvidando que ele derramasse uma lágrima, como o sociólogo que nunca enxerguei nele. 

Também me sinto revoltada com o monte de coisas erradas neste mundo, com as permissivas conivências do Governo, suas inúmeras falhas, mas, apesar de não conseguir ser assim tão incisiva com a Dilma, entendo muuuito de tudo que vem nesta carta-desabafo, de uma cidadã comum (e não menos importante) como eu e você, que faço questão de aqui compartilhar. Só quero lembrar que tem muita gente que  ganha um péssimo salário e nem por isso se torna subornável... muito pelo contrário, ouso falar que quanto mais se ganha, mais suscetível se parece ficar a esse tipo de coisa... Enfim, que venham as reflexões...


"Engula o choro, presidente. Engula o choro ao falar da tragédia de Santa Maria. Engula o choro e todos os problemas deste país que nele estão escancarados. Engula que o medo do segurança de ser demitido neste país é maior do que sua consciência de deixar as pessoas saírem sem pagar suas contas para não morrerem. Engula a soberba dos donos de empresa desta nação que não estão nada preocupados com pessoas como eu e até mesmo como a senhora, porque estão focados demais em lucrar, e preferem fechar as portas como numa câmara de gás a ter prejuízos. Engula a pressão que todos os seus funcionários sentem todos os dias. Engula que para arcar com seus altíssimos impostos, todos eles dão um jeitinho bem brasileiro de se desviarem dos regulamentos e leis. Engula que os órgãos responsáveis por evitar que isso aconteça não funcionam. Engula que eles deixaram esta, entre tantas e tantas casas mais, funcionar sem licença. Engula que provavelmente alguém que também ganha pouquíssimo aceitou um suborno para que isso acontecesse. Engula que a senhora deu "é" sorte por ser apenas essa casa, entre tantos os outros lugares que deveriam estar fechados, que caiu na boca da mídia. Engula a mídia que vai atacar com todo o sensacionalismo possível em cima das famílias que estão procurando celulares em cima de corpos para reconhecer seus filhos. Engula as operadoras de celular que não funcionam e que provavelmente impediram uma série de vítimas de pedir socorro. Engula que o socorro que chega para se enfiar em lugares como este, pegando fogo, cheio de corpos de jovens para ser resgatados, recebe um salário vergonhoso,com descontos ainda mais vergonhosos, e ainda assim executam um trabalho triste e digno antes de voltarem para casa e agradecerem por seus próprios familiares estarem dormindo. 

Não, presidente. Não chore ao falar da tragédia. Faça! Faça alguma coisa. E pare de nos dar como exemplos uma série de catástrofes para tomar medidas idiotas que não valerão de nada alguns meses depois. Não se emocione. Acione! Acione os órgãos públicos, faça uma limpa em sua maldita corrupção e devolva à segurança pública, às instituições sérias, aos professores, aos bombeiros, aos enfermeiros, aos seguranças, aos jovens, o mínimo de dignidade. Não faça um discurso. Mude o discurso. Mude tudo, porque estamos cansados de ver nossos iguais pegando fogo, morrendo afogados, morrendo em filas, morrendo no crack, morrendo, morrendo, morrendo, e tendo como última imagem aquela TV aos fundos anunciando o fim de mais uma bilionária obra de estádio de futebol. 

Não, presidente. Desculpe, mas na minha frente a senhora não pode chorar. Não pode chorar sem culpa. Não pode chorar sua inércia. Não pode chorar no Chile, mas também não pode chorar em Santa Maria. Porque ísso é muito maior do que só um acidente. Isso é muito maior do que só sua comoção. Engula o seu choro, presidente. O seu, o dos jovens que perceberam que não teriam mais o que fazer que não morrer, e, em especial, o de seus amigos e familiares, que em um país como esse não têm outra opção que não chorar. Engula o choro, presidente."

(Marcella Martins)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Perdida...


Após me encontrar, apesar de não temer a morte, faço questão de me perder... Lanço-me novamente no labirinto e me recuso a usar a mesma saída. Sempre achei sacais as repetições, agora mais do que nunca. Mesmo sabendo que pode não haver outra saída, busco. A busca às vezes é muito mais prazerosa do que o achar. Se outra saída não houver, crio uma, na marra. Vou preparada, munida de martelo. Cavo, apalpo, destruo... só para ter o prazer de reconstruir, principalmente a mim mesma. E depois... claro... me destruo novamente. E curiosamente vivo! 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O anel cadê? Já era! Perdeu!

Na brincadeira de passar o anel da culpa, sabe-se lá nas mãos de quem ele vai parar, se é que, como quase sempre, ele não vai se perder pelo caminho! Será que vai para o dono irresponsável da boate?  Dos carinhas babacas da banda que lá tocava e que não sabiam que show pirotécnico não combina com local fechado? Dos seguranças que, dementes, não sacaram que poderia estar acontecendo algo atípico lá dentro para justificar tanta gente querendo sair? Do órgão de fiscalização que fez vista grossa (ou "levou algum") e permitiu que um lugar com licença vencida continuasse funcionando normalmente?  

Ahhh, do jeito que a coisa anda, dá até medo de daqui a pouco o anel da culpa ir parar na mão de quem escolheu ir se divertir na boate justamente aquela noite enquanto poderia estar em casa, no conforto do seu lar, assistindo ao BBB e afins... e que curiosamente nem precisaria ser punido! Já está cumprindo a pior das penas: deixar de viver! Revoltante...!

Não precisamos ir tão longe, pois recentemente aqui mesmo em Cabo Frio um pilantra que assaltou usando um bilhete (e muito do mal escrito, diga-se de passagem!) e que confessou o crime,  justificando que gastou o dinheiro com crack, "tadinho", foi solto. Me perdoe a franqueza, mas sinto falta de um tempo em que se prendia até quem roubava um pão, para matar a fome. E olha que isso eu juro que entenderia, mas...

Estou cansada de ver tanta impunidade... em todo o canto... e cada dia menos crianças brincando de passar o anel e mais crianças brincando de "polícia e ladrão" e,  pelo visto, levando isso super a sério! Preocupante, preocupante...

Algo em mim queima, se incendeia. Muita dor. Na alma. O jeito é mesmo desligar a televisão... Quem sabe assim dói menos?!? Não sei. Não sei não. 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Santa Maria, olhai por eles!


Amanheci pesando mais uns duzentos quilos, por conta da tristeza e do sofrimento com relação às tantas mortes ocorridas em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Que Deus conforte cada família e que acolha cada um que partiu por simplesmente estar no lugar errado, se é que isso existe! Às vezes não dá mesmo para entendermos os propósitos de Deus, mas, mesmo assim, sigo crendo piamente Nele! 

Como o "morrer junto" me silencia, peço emprestada cada palavra do queridíssimo e talentoso Fabrício Carpinejar utilizada neste emocionante texto. Ele é foda! 

"Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andrades, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça. A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta. Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa. A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cina,anoitecemos em 27 de janeiro de 2013. As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada. Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa.  Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio. Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda. Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência. Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa. Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram. Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo? O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista. A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados. Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro. Mais de duzentos e cinquenta jovens sem o último beijo da mão, do pai, dos irmãos. Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal. As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso. Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu." 

(Fabrício Carpinejar)

Interno -> Externo


Já vivenciei dilemas semelhantes em outros momentos da minha vida, mas, por acreditar que toda ela é formada por ciclos, não me sinto retroceder ao revisitar sensações tão parecidas. Posso fazer ajustes neles, em mim. Tudo é válido! 

Fiquei anos curiosamente confortável no botão... principalmente depois que fui mãe... e como isso me preenche! Porém, de uns meses para cá, parece que há uma espécie de luta entre a Andreia mãe com a Andreia mulher, que se redescobre a cada dia... que rompe barreiras e deseja alargar limites, construir novos sonhos, renovar-se, enfim. 

Há todo um medo implícito de florescer, ainda mais porque há outros olhares críticos sobre essa curiosa metamorfose ambulante que chamo de eu, mas preciso. A hora chegou. É hora de me esticar e sair do botão... é hora de fechar um ciclo para abraçar outro... Se a flor vai ser elogiada ou se vão considerá-la linda ou não, pouco importa. Só sei que cansei do botão! Ficou pequeno demais para mim! Entediei-me com o interno e agora quero ganhar mundo... pelo menos o mundo que habita em mim! Eis-me aqui, flor, ou quase isso! Evolução! 

sábado, 26 de janeiro de 2013



Odeio convenções, embora tenha inevitavelmente que aceitar algumas, as mais básicas. Fora isso, sigo a minha intuição e minha emoção, cada uma delas. Uso sempre meu coração como bússola, mesmo pagando, tantas e tantas vezes, um preço tão alto que nem reunindo meu salário de um ano e meio pagaria! Pra falar a verdade, acho que isso nem preço tem! Pago com sangue... em hemorragias intensas... sangro dias... mas não desisto! Sangrar, para mim, é a maior prova de que estou viva, vi-va!

Sinto-me livre para ousar ser diferente de todos e igual apenas a mim, se bem que sinto às vezes destoar até de mim mesma, tantos labirintos há em meu ser! Pinto de azul os cabelos só para diferenciar dos vermelhos, mesmo sendo vermelho a minha cor preferida. Passo a fazer bico e a torcer o nariz para tudo aquilo que todo mundo gosta e adere. Na foto, olho para o lado se todos para frente olhando estiverem... deixo-os soltos e correndo ao vento... esvoaçantes... nada de regras, nada de cabelos revelando um comportamento passivo e submisso, que nem de longe tem a ver comigo! 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Só aceito essa panela!

Não violento o meu ser dizendo "amém" a nada com que não concorde só para agradar. Sempre preferi agradar a mim mesma e tudo aquilo em  que, utopia ou não, acredito. Recuso "panelas"... quase todas! Só aceito mesmo aquela que posso colocar na cabeça, externamente, menina maluquinha que assumidamente sou! Com ela saio por aí causando a maior variedade de sensações e reações!

Há quem deboche, há quem insulte, há quem maltrate apedrejando, mas eu sigo, quase sempre cantando... porque sei que também há outros que se assemelham a mim em essência, que sorriem (mesmo que timidamente) e que me seguem, mesmo que, alguns, com suas panelas invisíveis! Um dia chegarão lá! Aliás, CHEGAREMOS!

É bem verdade que Deus ama a todos, mas que tem uma certa predileção pelos "doidos", ahhh tem! Amém!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Livre vermelhidão


Fico me perguntando até que ponto temos, verdadeiramente, as rédeas de nossas próprias vidas... de nossas escolhas... das consequências advindas dessas! Tantas e tantas vezes fui dormir refletindo a respeito disso e amanheci desconfiando de que a liberdade, total, genuína, é utopia pura! Um inconsumível sonho de consumo! 

Enquanto perdi tempo pacas conjecturando e nunca chegando a lugar nenhum, outros eram livres, sem nem se darem conta disso,  felizes, satisfeitos e submersos na total ignorância (salvadora às vezes). Por incapacidade mesmo de assim eu ser, sigo fingindo que sou livre... Pelo menos para escolher a cor vermelha dos meus cabelos! Iludo-me! Sou livre, enfim! 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Esperando contato da borboleta


Não aceito mais me prender a nada que rotule ou generalize! Há sempre perdições e erros nisso! Sempre respinga uma gota ou outra de dor, inevitavelmente, e que talvez nos faça esquecer de que tudo são ciclos... sucessivos... passagens.... transições.... atalhos...

Mergulho em mim e não me reconheço mais como lagarta. Minha essência mudou e agora não mais consigo deixar de desejar o ar... os voos... sonho com eles... respostas que chegam quando eu me dedico ao sono... profundo... Transe! Aproveito o momento onde o tudo e o nada gostosamente se enamoram e parecem se entender. Único. 

Respiro e ligeiramente sorrio. Constatação: Não sou borboleta ainda. Uma asa, bem fraquinha, nasceu, mas a outra nem dá sinais de vir. Incompletude. Medo. Mas certeza de que preciso saber dosar tudo e aproveitar o poder concentrado na transição! Não mergulho mais em mim, mas nela... borboleta projetada... Aguardo você me fazer um convite.... unzinho só! Quero cliques! Registre! Preciosidade à vista! 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Mais uma carta perdida no tempo...


Filhote,

Agora só falta metade do caminho para você completar um aninho de vida! Como o tempo voa! Parece que foi ontem que eu estava com aquele barrigão, com você protegido lá dentro, a caminho da maternidade! Parece que foi ontem que eu estava deitada na sala de parto e prestes a ver chorar um tijolinho branquelo dos lábios tão vermelhos! Você parecia um moranguinho, filho! 

Há seis meses você mudou ainda mais a minha vida! Se dentro da barriga, através das várias ultras, eu já o achava lindo, imagine então agora, que eu tenho você aqui fora, fazendo tantas gracinhas, encantando a todos! Não quero perder nenhuma delas, por isso tiro tantas fotos a ponto até de ser motivo de piada, principalmente do seu pai. Não ligo! No fundo, acho que ninguém entende bem a intensidade do nosso amor! Já são mais de 10.000 fotos! Não me canso! Se pudesse, só viveria para registrar tudo relacionado a você! Tudo é tão mágico, especial, marcante! Temo que só a mente e o coração não registrem. Haja memória! Por isso recorro à pilha, à tecnologia! 

Obrigada por fazer de mim essa pessoa tão boba, babona, forte, e ao mesmo tempo tão frágil. Sou uma leoa para defendê-lo e me sinto tão pequena e dependente de você! Às vezes penso que é você já quem me protege e não o contrário, sabe! Faço sempre o que você quer, mesmo morrendo de medo de "estragá-lo", de falhar em sua educação... E se por você um dia eu precisar buscar a lua, acredite, eu darei um jeito de fazê-lo. Não meço esforços para fazê-lo feliz! 

Você é e sempre será o meu bem mais precioso! Jamais duvide disso! 

Com amor, 

Mamãe Dedéia
14/02/2010

O imprevisível


Passeando pela praia e tirando umas fotos, acabei sendo surpreendida pelo imprevisível, e tudo isso graças ao meu filho Miguel, que, ainda na faixa dos três anos, tanto me ensina...  diariamente... 

A lição de hoje foi ver como de repente tudo pode mudar, e em questão de minutos... se não deixarmos o  medo -- esse imenso ladrão de oportunidades -- se cristalizar em nós! 

Desde bem pequeno Miguel tem pavor de praia, por causa das ondas... Não sei de onde isso surgiu, sinceramente, só sei que lamento por ele, por abdicar, mesmo sem se dar conta, do prazer de sentir o mar abraçar e as ondas acarinhar! Bom também sentir o sal do mar temperar mais do que o corpo: a alma. Como renova! 

Já tinha desistido de convencê-lo, quando, sem menos esperar, ele se interessou por uma pequena lagoa, sem ondas... e rapidamente aceitou tirar as roupas e brincar de ser peixe, para surpresa de todos.   Resolvi tentar aproveitar a "deixa" para incentivá-lo a ir, mais adiante, para a parte em que marolinhas se divertiam. Ele ia até a beira e voltava, e fez isso incontáveis vezes. O que seria uma cena de cortar o coração, foi mais uma de tantas lições. Gostei de ver meu filho encarar seu medo de frente... Já é uma conquista, eu sei! Não entrar na água para brincar com as ondinhas não me deixou triste.... entendi que é uma questão de tempo mesmo... algo interno que precisa ter o botão de "superar" apertado... e apenas por ele! 

Saí de lá refletindo... refletindo... refletindo... e tentando fazer uma busca sincera em mim para ver se já há algum botão a ser apertado! Sempre há! 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Outra carta perdida no tempo...


Miguelito,

Já não somos mais tão estranhos (apesar de nos entendermos pelo olhar desde o seu nascimento) e já começo a diferenciar cada choro seu, embora todos eles provoquem em mim também um choro, alguns meio internos e aparentemente silenciosos, ao contrários dos seus, sempre tão sonoros! Apesar do cansaço (imenso), sinto-me em paz e renovada a cada amanhecer  (mesmo sem conseguir dormir). Como Deus foi bom para mim ao permitir que você viesse e cheio de saúde! 

Agora sei que nunca mais me sentirei só, aconteça o que acontecer! E talvez seja por isso que a perda da nossa identidade não nos provoque susto nem medo nem vem carregada de ameaças! A Andreia não tem se importado de ser apenas "a mãe do Miguel" e vê a aparente limitação como, na verdade, uma ampliação, já que você ser meu é apenas consequência de eu ser sua antes mesmo de você existir!  Complexo e curioso isso! Ser mãe é um título que nunca nada nem ninguém nos rouba! Nem mesmo a morte! É eterno... 

Ter você ao meu lado é sempre uma festa e será sempre um eterno motivo de comemoração, por isso, simbolicamente, pretendo fazer a cada mês de vida um bolinho para lembrar o quão importante e desejado você é, filho, e quanta alegria me traz, tanta que mal cabe em mim! Se Deus assim permitir, serão, como hoje, mais 11 "mesversários" a serem comemorados! E espero que curta cada um deles, mais e mais a cada mês! Será uma forma de mostrar o quanto o dia 14 se tornou especial e marcante em minha vida, por ser o dia que Deus escolheu para você vir ao mundo, ao meu mundo! 

Que esta festinha seja uma maneira de acompanharmos seu crescimento, sua evolução, registrarmos e eternizarmos esses momentos (como se eu precisasse de justificativas para bater inúmeras fotos suas, né?). 

Enfim, parabéns, arcanjo da mamãe, pelo seu primeiro mês de vida! Amo você, meu pequeno grande príncipe, razão do meu viver! 

Com carinho, 

Mamãe Dedéia 
14/09/2009

Uma carta perdida no tempo...


Miguel... Miguel...

Seu nome é tão doce feito o mel... e como faz bater disparado o meu coração quando o ouço, até mesmo quando não está se referindo a você!  Agora tenho absoluta certeza de que possuo um anjo em minha vida, já fora de mim, mas que continua ecoando (agora até mais) em todos os meus cantos, em minha alma! 

Durmo e acordo pensando em você... vivo apenas para e por você... e como sinto medo de falhar como mãe, de não entender suas necessidades, suas vontades, suas dores... Porém, sei que você é bonzinho e vai me ensinar tudinho, no momento certo! E em pensar que ainda tem gente que se ilude por pensar que a mãe é que ensina à criança... Tenho tanto a aprender com você, esse ser que me ilumina os dias e que deu total sentido à minha vida! Como sou grata a você! 

Peço-lhe desculpas, antecipadamente, pelos possíveis momentos de exaustão, nervosismo, medo, angústia, erros! Mãe também erra, e como! Que você possa, queira e saiba me perdoar, filho, de coração, a começar por eu ter sido mãe meio tarde (ainda mais na visão do seu pai), pois, mesmo sabendo que tudo acontece na hora certa, choro por pensar que de repente isso irá nos roubar alguns anos de convivência... assim como "roubou" a chance do seu vô Antônio de conhecê-lo e de realizar o sonho de ser vovô de um menino, numa família tão cheia de xoxotas! (risos e lágrimas misturados) Sei, porém, que tudo tem um porquê e que não foi mera coincidência ele ter partido em setembro e logo depois a mamãe ter engravidado de você! É a grande bondade e generosidade de Deus e sua mágica lei das compensações! Ele não poderia ter encontrado melhor forma de amenizar um pouco as saudades e a tristeza da perda, especialmente da sua vó Cléa! 

Sei que sua maneira de olhar me é familiar... percebi isso desde o primeiro instante em que bati os olhos em você, assim como também sei de onde vem essa bolinha que você tem no queixo! É um jeito especial de sentir o vovô mais próximo, ainda com a gente, sem tanta dor! Como você pode ver, filho, e um dia também vai entender, você já nasceu com uma responsabilidade enorme: a de salvar uma vida, aliás, várias! E fez isso com êxito! Parabéns! E a mamãe sabe que isso é só o começo! Sinto e profetizo, com toda a minha autoridade de mãe, que você será motivo de muitas alegrias,  sempre, por ser um  anjo especialíssimo que Deus mandou de presente para nos acompanhar, guiar, cuidar! E vice-versa! 

Portanto, seja bem-vindo, amor da minha vida, e espero que goste sempre de estar entre nós! 

Com amor, 

Mamãe Dedéia 
18/08/2009

Em busca do equilíbrio!


Esta mensagem da sábia Madre Tereza muito tem me animado e tenho tentado me apegar firme nela. Estar prestes a retornar à rotina das escolas, ônibus, Miguel na escola... sinto minha paz roubada, antecipadamente. Talvez precise voltar a tomar meus remédios... preciso voltar ao psiquiatra e continuar fazendo terapia! 

Tenho (re)encontrado muita coisa em mim, porém, no caminho da busca, sinto que também perco muita coisa e que noto que muitas delas são necessárias à minha essência, ao meu caminhar. Preciso equilibrar o achar e o perder, filtrar, ter sabedoria. Só assim serei feliz! 

sábado, 19 de janeiro de 2013

Viva as larvas!


Muita gente deveria ler ou ler mais "O pequeno príncipe", que é atemporal, e sempre traz importantíssimas lições! Vira e mexe eu releio e vejo o filme. Miguel já conhece e adora a "rapousa"!!!

Cada dia mais as pessoas querem tudo pronto, e não querem ter trabalho nem suarem a camisa para conquistarem as coisas, as pessoas, nada! Tudo inevitavelmente é sacrificante às vezes, e aprendi a ver o lado bom disso, que é testar o quanto queremos algo! Desistir ou insistir é uma espécie de termômetro, que raramente falha. Sinaliza tantas informações... Basta estarmos atentos! 

Tenho convivido muito com as larvas e, cá para nós, bem mais do que duas ou três... Aprendi a gostar delas! E não visando conhecer as borboletas, embora isso também me encante, mas porque tenho me esforçado para tentar conviver da forma mais harmoniosa possível com o que antes me desagradaria. A vida fica mais leve assim! Muito mais leve! 

Acróstico da saudade


Amado pai,
Não consigo conter as saudades!
Todo dia penso no senhor
Oro para que esteja em paz.
Nunca o esqueci e
Imagino como é tudo aí,
Onde quer que esteja.

Faço o que posso para seguir,
Rindo ou chorando,
Amenizando a tamanha dor da perda,
Nunca desanimando de vez.
Coração no senhor, que
Ilumina e ajuda a mostrar o caminho.
Sei que gostaria de ver e
Conhecer seu neto e elezinho o senhor,
Ou até, quem sabe, já se conhecem e nem sei, limitada que sou!

Com amor e saudades...
79 anos hoje! Tem bolo/pudim aí no céu!

4 anos sem pudim!


Esta data, para mim, está intimamente associada a cheiro de calda de pudim...

Por ser a sobremesa preferida de papai -- logo seguida pelo doce de carambola -- todo ano em vez de bolo, no seu aniversário, tinha que ter pudim!  
Cresci assim, cercada por associações! E são muitas em se tratando dele: joguinhos de computador, jornal, revistinha de palavras cruzadas, gráfica, Nelson Gonçalves, cigarro e cachaça, não necessariamente nessa ordem.

Lembro-me de papai brincando com nossa gata Sofia, com folhas de coqueiro, e ela toda serelepe, duas crianças! E é aí que me dói não ter tido a chance de ter a lembrança de vê-lo brincando com o neto que tanto queria... Estranho sentir saudades de momentos que não tivemos!

Lembro-me de nossas idas ao INCA e é cada aventura vivida em parceria que certamente daria um livro, assim como também foram muitos os pastéis com caldo de cana na vinda para casa! 

Apesar das nossas discussões, sempre por conta do cigarro e da cachaça, nunca senti vergonha do meu pai nem guardei dele qualquer tipo de mágoa. Sei que ele também não. Meu coração sente. E se alivia e até se alegra, mesmo o dia sendo, agora, triste.

Penso em papai e me lembro da última foto tirada dele, poucos dias antes de partir. Sorrio. Parece vivo ainda. E está. Impossível me esquecer da sua cabeça colocada por ele mesmo no meu colo para que eu lhe fizesse cafuné... e lhe falasse não mais palavras de encorajamento, mas de aceitação, de conforto, de fé em Deus! Ambos sabíamos bem que ali era a nossa despedida, tamanha cumplicidade adquirida!

É, já são 4 anos sem meu corpo comer pudim neste dia, mas já minha lembrança... aahhh, se lambuza!

Saudades que só crescem, pai, e meu amor também!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Cochilo


Olho enquanto você dorme
Parece um anjo, consolador.
Cílios descansam,
Há um sorrir de leve
E seus cachos dançam com o ventilador.
Paz enorme você me traz
e um querer saber conter
tanto, tanto, tanto amor! 

Amo você, filhote!

Alívio: eu sei contar!

Por curiosidade, resolvi colocar no papel os nomes das pessoas com quem já me relacionei! Incluí na lista cada selinho, cada beijo, cada amasso, cada transa... Não deixei ninguém de fora, por acreditar que cada qual me acrescentou algo. Sempre se acrescenta, quando queremos enxergar! Numa agenda antiga, fui ver se a nova lista batia! Resultado: um ou dois erros na ordem (cronológica), dois acréscimos e um coração já refeito, mas não a ponto, ainda, de procurar nada sério. Sim, acredito piamente na diferença existente entre procurar e encontrar, e a prova disso é que NUNCA saí desesperadamente utilizando Badoos e afins para encontrar 299 cara-metades por ano e ver todas elas, rapidamente, passarem de verdadeiros amores a grandes erros!

Todo relacionamento meu aconteceu... sem procurar... de forma totalmente natural... Com novas historias, com novas declarações, com novos sonhos, com novas músicas, com novas promessas... Nunca precisei abandonar nada pelo caminho (nem aceitaria isso!) nem viver de reprises (até relacionamentos requentados, sem tirar a importância deles, foram outros em cada momento, graças a Deus!). Sou outra, o outro também, e o momento mais ainda, sempre...

De tudo isso, uma só palavra resume: Alívio! Sei contar! Minha conta, felizmente, sempre bate e quando não... é ordem crescente, e não decrescente! Não apago nenhuma testemunha dos meus possíveis erros! Não acredito que relacionamento para contar precise ter gerado frutos! Não faço teatro nem para convencer quem é próximo a mim, amigos, familiares, até porque são pessoas esclarecidas o suficiente para perceberem quem errou mais ou menos, se isso fosse uma competição. Não cito nomes de defensores que não merecem credibilidade, tamanha cegueira, e que capazes de distorções espantosas que vimitizam pit bulls ferozes e estraçalhadores e culpam dóceis poodles que, claro,  colocaram o pescoço na boca dos seus assassinos! 

Já fui poodle, já fui pitt bull, já devo ter sido a primeira na lista de alguém, ou a última, ou nem constei... Por pouco não consto na reduzida lista de relacionamentos naufragados, se fosse mais fácil esconder um filho! E o que isso importa?!? O importante é saber caminhar sem desmerecer cada historia, longa ou breve; sem precisar esconder A ou I ou M ou J ou V ou Z; e que, embora torça para que a atual seja finalmente a última, considerar toda a lista como verdadeira e valiosa!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A minha cara!


O louco

Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes
de muitos deuses terem nascido,
despertei de um sono profundo
e notei que todas as minhas máscaras
tinham sido roubadas
As sete máscaras que eu havia 
confeccionado e usado em sete vidas
e corri sem máscara pelas 
ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim
e alguns correram para casa, com medo de mim
e quando cheguei à praça do mercado,
um garoto trepado no telhado de um casa gritou:
"É um louco!"

Olhei para cima, para vê-lo
O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua.
E minha alma inflamou-se de amor pelo sol,
e não desejei mais minhas máscaras
E, como em transe, gritei:

"Benditos, benditos ladrões
que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.

E encontrei tanta liberdade
como segurança em minha loucura:
e a segurança de não ser compreendido,
pois aquele desigual que nos compreende
escraviza alguma coisa em nós.

(Khalil Gibran)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Minha alma também é corsária!

Graças a um amigo, da época de escola, que reencontrei via Facebook (viva a tecnologia!), descobri a Claudia Roquette-pinto e posso dizer que foi amor à primeira leitura! Identifiquei-me com vários de seus escritos... mergulhei em muitos deles, mas... Ahhh, foi  com a "Alma corsária", especialmente estes versos, que ela me ganhou de vez! Me fisgou! Virei automaticamente fã! Talvez por eu também ter inveja das águas, por não saber onde começo e onde termino... talvez eu nem tenha, ainda, começado pra valer, e estou, portanto, tão longe de terminar... 

Talvez a identificação tenha sido tão plena por eu também me sentir engolida pelo mundo (e às vezes tenho a sensação de que sou maior do que ele e é ele que mora em mim), por viver sofrendo assédio de tudo o que me toca, por eu viver me apaixonando por casos perdidos, por eu, enfim, ter a alma meio corsária...



"Por tudo isso é que eu me perco
em coisas que, nos outros,
são migalhas.
Por isso navego, sóbria, de olho seco,
as madrugadas.
Por isso ando pisando em brasas
até sobre as folhas de relva,
na trilha mais incerta e mais sozinha.

Mas se me perguntarem o que é um poeta
(Eu daria tudo o que o que era meu por nada)
eu digo.
O poeta é uma deformidade."

(Claudia Roquette-pinto)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Viver de chutes


Gostaria de saber por que as pessoas necessitam tanto de certezas, por que precisam tanto estar tão decididas em alguns momentos, ainda que falsa ou erroneamente. Já eu nunca me lancei á inércia ou evitei tomar uma ou outra decisão só porque estava meio indecisa. A indecisão faz parte, e até conforta às vezes! 

Não entendo o porquê de se deixar tanta questão em branco... deixando a incerteza cegar... reinar... a ponto de anular seu sexto sentido e impedir de vir o sétimo, o oitavo, o nono... o novo, enfim! Eu gosto de me perder em mim, no não, no sim, de me situar entre o sempre e o nunca, fazendo a maior bagunça em meu ser! Sem vergonha, sei ser e não ser... abraçando ambos com igual prazer! Não me importo de oscilar; de gritar, de me silenciar; de arriscar...!!! 

Que venham os erros, os desenganos, os prantos... Planto e rego cada semente de indecisão...  e, mesmo com um pé (ou dois) atrás, preparo o chute e miro o alvo.... e olha que muitas vezes só chuto, sem mirar. A salvação está mesmo é no chutar, no verbo, na ação! Disso não abro mão... nem pé e muito menos coração! Pelo menos não me atrofio... Um dia acerto... ou não. .

Coisa de (c)alma...


Tenho notado muita carência entre as pessoas, e não me refiro só às que estão sozinhas não, e sim às  casadas ou que namoram há anos. Nunca vi o mundo tão pobre em questão de amor, de carinho, de atenção! E olha que são muitos os beijos na boca, os abraços, os amassos e até as rapidinhas em lugares que nem precisam mais ser desertos... e tudo isso sem nem escandalizar, já que o povo se acostumou e até gosta de olhar, como num BBB mais próximo! 

Longe de mim ser hipócrita ou retrógrada, mas nada disso faz a minha cabeça... não preenche o meu ser... deixa ainda mais vazio o meu coração! Não gosto de me sentir usada nem de usar... não consigo, embora já tenha tentado, ser e ver o outro como descartável... e o "lavou, tá novo" nunca vai fazer a mágica de deixar zerado, sem dores, sem mágoas... O ser humano traz marcas, do que viveu, do que não viveu, e principalmente do que mais tentou esquecer. 

Não quero relacionamentos miojos, prontos com rapidez.. Minha fome é grande, mas quero o requinte, quero o demorar para fazer, com cuidado e empenho, olhando a receita... para que nada dê errado (mesmo sabendo que vai dar -- que alívio!). Entendo perfeitamente Neruda! Preciso de encantamento... de paixão... de admirar o outro com um entusiasmo de quem acabou de descobrir a pólvora... e sentir que, apesar de existirem flores tão mais lindas, eu sou única, a escolhida! E vice-versa! 

Sinto-me uma alienígena num mundo em que só o corpo conta e não se fala mais em alma, quem dirá querer entendê-la! Leva tempo... tem que ter uma calma de que o ser humano em sua correria diária  não dispõe... Mas eu quero entender... e a começar pela minha... para poder desenhar para o outro uma espécie de mapa... cheio de atalhos... É a única facilitação que permito, por ora! 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

3 anos e 5 meses


"Quero sua risada mais gostosa, 
Esse seu jeito de achar 
que a vida pode ser maravilhosa..."

Quando olho para você, filho, como eu gosto do que vejo: uma criança perspicaz, curiosa, sensível, articulada, e, principalmente, carinhosa com todos os que a cercam! Vejo a forma encantadora como você cuida da vovó, com suas preocupações com o que ela pode ou não comer e com suas proibições (até meio bravas!) por ela ser diabética! Morro de rir quando percebo o que vem por trás da sua pergunta se um determinado biscoito é doce ou salgado... e quando digo que é de sal você sai disparado para compartilhá-lo com a vovó! Acho lindo ver você querer dar cada comprimido na boquinha da vovó... 

Ontem fiquei super orgulhosa quando vi você dar um pedacinho da sua mariola para cada amiguinho seu,  o que gerou um comentário da tia de um: "Nooossa, como ele é bonzinho!" Bonzinho sim, e também suuuuper divertido, pois rouba a cena por onde passa e ontem arrasou dançando, sem nenhuma vergonha, o "vodca, água de coco, para mim tanto faz..." (risos)

Agradeço toda a sua preocupação quando estou com cólica ou com aquela dor de cabeça fortíssima, e  você prontamente colocando minha cabeça em seu colo, me dando Neosaldina e um belo de um cafuné, que, cá pra nós, é muuuuuuito mais eficaz do que o remédio! Comove-me quando você enxuga minhas lágrimas e como me diverte quando você diz que quer comer "alguma besteira da geladeira" no meio da noite e eu, cheia de preguiça, digo que estou cansada e você diz que me leva no colo... 

Adoro seus comentários quando gosta de alguma roupa e de alguma sandália minha e diz que eu estou linda, maravilhosa, charmosa... Adoro quando pega a escova e vem pentear meus cabelos, mesmo embolando-os ainda mais e cismando de fazer "o penteado do Neymar"... Adoro até quando implica comigo e, ciumento, diz que não gosta que eu dance! Adoro quando diz que me ama e faz um monte de cartinhas e de desenhos para mim, assim como quando tenta improvisar historinhas e imitar o meu jeito de contá-las! 

Não sei mais viver sem ver as suas havaianas colocadas ao lado das minhas no tapete do banheiro... nem sem os sorrisos que você lança quando está se divertindo com o Sid, lá no fundo do quintal, e com suas orações quando o Zac estava doente e longe da gente, e todo dia você queria ir comigo visitá-lo, como se fosse uma espécie de curandeiro... E é, filho, você me cura a cada dia e me faz querer acertar 99% das vezes como mãe e como ser humano. Você me transforma e cada dia que eu penso que atingi o grau máximo de amor e gratidão por você, você vai lá e mostra que ainda tem mais, e mais, e mais... sempre! Obrigada, pois graças a você eu sei que a vida pode mesmo ser ma-ra-vi-lho-sa! 

domingo, 13 de janeiro de 2013

Uma porta aberta...


Fotografar sempre me atraiu... e, com o passar do tempo, isso tem se agravado! Quanto mais eu vivo, mais portas eu sei que podem existir, cada uma delas fazendo irrecusáveis convites de "me abra"... e quem sou eu, curiosa assumida que sou, para recusar!?! Fotografias também são portas... uma mais interessante que a outra... tantos ângulos, leituras, percepções... 

Há tempos já perdi a conexão com o que fará sentido para o outro e meu egoísmo me permite ser livre ao desbravar mundos que podem ser só meus... olhares que só emocionam a mim e a mais ninguém... Um belo que é feio para todos, um lindo que não faz meu coração bater de forma diferente de modo algum! Enfim, me apaixono pelo comum... que de tão comum incomum se torna... 

Gosto de sapatos aparentemente esquecidos na areia, ou em canoas... acariciados pela brisa e pelo roçar dos grãos de areia... dançantes... à espera de um possível retorno.... ou não... ele já pode estar até feliz por descansar depois de tanto pisar o chão... o não... o sim... esmagar o cigarro e o talvez... Ele pode ter virado onça e ter exigido até aposentadoria...  

Enquanto todo mundo ia atrás de algo encantador e diferente, eu perdi, ou melhor, ganhei horas ali simplesmente fitando o singelo e inocente par de sapatos e suas tantas possibilidades implícitas... Viajei nele, pisei nele, fui sua dona e fui ele... e saímos dali, no mínimo, cúmplices! Que delícia! 

sábado, 12 de janeiro de 2013

Chafariz de saudades


Saudades da menina que brincava de se esconder entre cada cachinho meu! Saudades de ter tempo para deixar o meu olhar perdido assim por alguns instantes! Saudades da doida que ousava mudar a cor dos cabelos e que não tinha vergonha de sair com eles roxos, vermelhos e até laranjas! Saudades da adolescente que não queria nunca casar e tinha tanta certeza disso que até me assustava! Saudades da mulher que mudou de opinião sem medo e foi se casar acreditando que seria "para sempre", sem nem suspeitar de que isso poderia chegar tão depressa! 

Saudades de quem acreditava em mudanças homéricas e que existia até príncipe encantado! Saudades de sair todo dia munida de regador e com uma animação tão grande para regar sonhos (até os que ela sequer ainda tinha!)! Saudades de caminhar descalça sem me lembrar  das inúmeras vezes em que um caco de vidro e um prego feriram meu pé! Saudades de sentir que, mesmo com o tempo passando velozmente, como hoje, eu tinha ainda tanto tempo para fazer tudo o que eu queria! Saudades... inúmeras... cortantes e constantes... 

Só não sinto saudades de algo que já me fazia (tanta) falta (sempre) e eu não fazia nem ideia disso -- de ser mãe, e justamente do Miguel, que é o cara mais apaixonante deste mundo e de todos os outros! 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O inferno sou eu!


Contrariando Sartre e concordando com Dalai Lama, não penso que "o inferno são os outros" e sim eu mesma! Irrito-me com o fato de criar expectativas, de esperar que o outro aja com dignidade e o mínimo de coerência e sensibilidade. Não tento culpar ninguém por falhas que são minhas, muito minhas, mesmo não tendo nenhum orgulho delas, mesmo querendo ter agido de forma diferente. 

Pena que nem todo mundo pensa assim, e sai por aí destilando falsas indignações, iludindo terceiros (e quartos, quintos, sextos...), leiloando seus próprios erros, acreditando nas próprias mentiras, jurando inocência enquanto aponta como culpado quem, na verdade, é vítima de suas tiranias. 

Cansam-me demais essas inversões... e às vezes até me revoltam, me fazem gritar e querer rebater, bater... mas aí me lembro que é justamente essa a brecha por onde vêm os meus inimigos, aí jogo fora cada ódio (por mais justificado que seja, e ainda que momentâneo), me esvazio e tolamente me preparo para o novo (velho) ataque.  Ele sempre vem. Sempre pelo mesmo caminho. 

É só moldura...


Fico imaginando como devem ser tristes pessoas que já deixaram de ser "tchutchucas" há tempos e não se deram conta disso, e continuam se comportando como se tivessem 16 anos, com vestidos coladíssimos e que as impedem de respirar, tentando fazer caras e bocas em todas as fotos postadas nas redes sociais, com poses para lá de vulgares (que nada têm a ver com sensuais), se expondo como se fossem um mero pedaço de carne... e pior: com a data de validade vencida! 

Nunca consegui ser assim! Acredito que a maioria das pessoas tende a divulgar o que tem de melhor...  Já eu não! Nunca filtro o que vou dizer, nunca escondo o que penso, nunca procurei descobrir qual o meu melhor ângulo para a foto... revelo minhas dores e meus calcanhares de Aquiles... tenho tantos... Em vez de ameaçada me sinto é livre, com tanta exposição! Não há segredos em mim, a não ser aqueles que o são também para mim, ainda! Mas distribuo cada um assim que os descubro. Sou mesmo filha da Senhora Transparência com o Senhor Cara de Pau! 

Não queria mesmo nunca correr o risco de bancar a ridícula, oferecida, carne exposta em final de feira, sem falar que depois que fui mãe todo esse cuidado triplicou, por não querer nunca deixar meu filho constrangido ou sendo alvo de gozação de amigos! Tenho sempre algo a mais a mostrar... interior...  que se renova... que se amplia... ou ao menos tenta! Quando a pessoa é "vazia" ou "rasa" demais é que costuma apelar para o exterior, explorando uma beleza que acha que tem (e às vezes até pode ter mesmo!), só que esquece de se preparar para as mudanças que vêm e não poupam... As rugas, os pés-de-galinha, a lei da gravidade, estrias, celulite, cabelos brancos, barriguinha... aí fica deprimida porque viu que se preocupou tanto com a moldura que não teve tempo de preparar a obra de arte... de pintar o quadro, ainda que seja surreal e só você entenda (ou nem você). 

Para evitar qualquer tipo de frustração ou de crise dos 30 (tardiamente) ou dos 40 (antecipadamente), tento me pintar, lidar bem com cada mudança que chega, sendo psicóloga de mim mesma! Às vezes a consulta é cara e pego pesado comigo... às vezes dou desconto e também um colinho básico... mas sempre tenho em mente que preciso investir na obra de arte, porque a moldura eu já nasci com ela e tenho total consciência de que é efêmera, transitória!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Lembranças retiradas da lancheira!


A imagem da merendeira ativou imediatamente as minhas lembranças de infância e pude (pasme!) até sentir o cheiro do suco de caju e do pão com mortadela que muitas vezes levei para a escola... a maçã enrolada no guardanapo... Pude lembrar até da toalhinha rosa pink com meu nome gravado e que todo dia mamãe lavava para que me acompanhasse! Legal esse ritual de abrir a lancheira, todo dia na mesma hora, junto com os coleguinhas. Como eu curtia! 

Lembrei-me também da mania que eu tinha de madrugar na escola só para ser a primeira da fila, para ir para a sala de mãos dadas com a "tia", depois de ouvir, claro, o Hino Nacional. Gostava de levar meus disquinhos coloridos para a escola, com historinhas infantis que eu adorava... e chorava em bicas quando ouvia "O patinho feio". Dentes que caíam e era aquela vergonha na hora de sorrir! Pique-esconde com os amigos,  abraços nas meninas e porrada nos meninos... Clube da Luluzinha e menino não entra de jeito nenhum, oras! 

Guaches, lápis de cor, papel, cola... rabiscos que significam muito mais do que isso! Letras que viravam sílabas, que viravam palavras e... textos! Correria e joelhos ralados... Descobertas... Carinho por cada "tia" que me acompanhou nesta época: Tia Zezé, Tia Penha, Tia Cleuza, Tia Elza, Tia Hélia... cada uma ocupando, até hoje, um espaço imenso em meu coração e em minha memória. Tenho sorte de ter tido uma infância feliz e lembranças maravilhosas da escola, com limites, mas sem traumas! Naquele tempo, ao contrário de hoje, com suas raras exceções, escolher ser professora, ainda mais dos pequenininhos, era mesmo dom e amor, e não mera falta de oportunidade! Tive sorte... Como tive! 

De bem com o lodo


Acredito em cada ação de Deus nas nossas vidas. Acredito que a inércia é, ao contrário do que pensam, o momento em que Ele mais age e revira as águas. Não temo mais os momentos de caos aparente porque sei que são consequências desse revirar divino. O lodo e as impurezas sobem, ficam visíveis, na superfície, mas depois logo afundam, permitindo que a água fique límpida e até bebível nos momentos de muita sede e que não há nenhuma outra alternativa. 

Que Deus esteja operando com tudo em minha vida, pois Nele confio! Sei que tudo tem um porquê e que o sol em breve brilhará. Enquanto isso vou me molhando com a água da chuva e (por que não?) até das poças, das lamas, do lodo... Já pensei, erroneamente, que elas sujassem mais, mas hoje sei que não. Se são permissões de Deus, são para serem abraçadas também! Vem cá...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Imitando Miguel


Preparando-me psicologicamente para ir visitar o Zac no veterinário, enquanto Miguel sequer se preocupa com isso. Às vezes invejo tanto as crianças e todo esse destemor delas! Tento imitá-las, mas já estou tão carregada de derrotas e de perdas que falho. 

Queria saber ver o Zac com os olhos puros e esperançosos do meu filho, que consegue não chorar e não sofrer, e apenas abraçar e dar ao nosso amiguinho a força de que ele tanto precisa agora. Já eu... falho. Choro, perco a fé, me desespero, me deixo impregnar por dores passadas e antecipadamente me preparo para o que pode não vir. 

Hoje vou tentar deixar de ser eu e imitar Miguel. Pre-ci-so. Zac então... mais ainda! Vou com os olhos da esperança e sem nenhuma sombra do passado. Vou com a alma e com os olhos nus. Vamos ver que diferença faz, e se faz! Que faça! 

Sofrimento de cão!

Neguinho da mamãe, desde o primeiro instante em que você chegou aqui em casa, trazido pelo pai de Miguel, juntamente com seu irmãozinho Sid, para que eu escolhesse apenas um para presentear meu filho, me apaixonei perdidamente por aquela carinhosa bolinha de pêlo! Não posso dizer que preferi você, pois foi um amor meio que igual pelo Sid, sabe! Meio amor siamês! 

Você rapidamente foi crescendo... e conservava esse jeito carinhoso de ser, com mania de ficar me lambendo a toda hora, me babando toda, pulando em cima e querendo incessantemente carinho... um carinho que nunca era suficiente, tão carente você é!

Ver você dodói, tristinho, olhando para baixo, desanimado, sem forças, no veterinário, tem me cortado o coração, tanto quanto a minha impotência ao vê-lo, antes da internação, se aproximar de cada vasilha d´água sem querer beber, numa luta ferrenha entre sede e medo de novamente vomitar. Ver sua dificuldade para andar dilacera meu coração, como uma mãe que vê seu filho sofrer e humanamente nada pode fazer, mas que não desiste de pedir a Deus para que o cure e que traga de volta a sua sapequice, a sua alegria, a sua energia. 

Toda noite eu acordava e ia lá no quintal só para investigar como você estava e confesso que tive muito medo de encontrá-lo sem vida... Mais do que lhe dar soro caseiro na boquinha, com uma seringa, e Digezan de seis em seis horas, acho que eu tentava lhe dar esperança... toda a esperança do mundo... e também lhe mostrar que você não estava nem está só! 

Você tem estado toda noite nas minhas orações, nas de Miguel, e até nas orações caninas do Sid, que toda madrugada chora de saudade e já cansou de procurar você até debaixo do armário! Ele sente falta até daquele ogro que insiste em pensar que ele é menina e o ama mesmo quando o deixa com fome por comer a sua comida e também a dele! 

Nós amamos você (até Sofia!) e queremos muito que você volte logo para casa, para a sua casa, para a sua família! Que você esteja bem aí, que durma em paz e que possamos ter boas notícias, com você abanando o rabo sem precisar fazer tanto esforço. Força, querido! Você é guerreiro... e vai sair desta! 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Colho-me


A manhã já deu, há tempos, lugar à tarde... O sol, que antes limitava-se a me tocar, tímido, agora já se faz íntimo e me abraça, me queima, ousa mudar de cor a minha pele. As flores parecem ter vida e vontade próprias e transformam a simples colheita salvadora numa eterna e prazerosa fabricação de coroas... Uma vem parar direto na minha cabeça, misturando-se com os meus cabelos e com meus pensamentos, de forma que fica difícil saber onde um começa e o outro termina. Em mim jorra uma cachoeira de suor e de desejos. Me aceito. Me gosto. Me desnudo. Me transformo em flor. Assim me reconheço. Me colho. Sinto prazer nisso. E é aí que tudo começa, recomeça...!!!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Colheita


Mal nasce o sol e, vestida pela leveza do começo do dia e todas as suas possibilidades, corro para o campo... É lá que me sinto em casa... É lá que posso ser eu mesma, sem pensar em nada... É lá que posso rasgar da memória (e sem culpa!) cada compromisso da minha agenda e me dedicar à tarefa de colher flores... Ameaço pensar pra quê... mas logo me policio... e varro esse pensamento. Limito-me a colher pelo simples prazer que tal ato me dá... e mais nada! 

domingo, 6 de janeiro de 2013

Aquietando-me



“Às vezes é preciso diminuir a barulheira 
parar de fazer perguntas, 
parar de imaginar respostas, 
aquietar um pouco a vida,
para simplesmente deixar o coração 
nos contar o que sabe. 
E ele conta. 
Com a calma e a clareza que tem.” 

(Ana Jácomo)

sábado, 5 de janeiro de 2013

Adeus, vermelho!


Mais do que as paredes da minha casa, quem precisa de reformas urgentes é meu coração! Anda meio em ruínas, apático, desanimado, cinza, precisando de atenção, de cuidados e de... cores! Ontem comprei pincel e uma latinha de tinta... pequena...e  providenciei escadas para alcançar tudo e não correr o risco de deixar nada sem pintar... Já encontrei em mim, graças a Deus, um pouco de ânimo para começar... mas, olhando bem, sinto que o vermelho já não combina mais... É tempo de renovar tudo... tudo mesmo... 

Relendo Carpinejar

"Admiro o volume grosso de flores completando o verde, o forro gostoso do adubo, a cintilação da cor mudando de tom conforme os dias avançam. E não consigo varrer as folhas. Disfarço, minto que limpei, encho os sacos de vento. Não percebo o apogeu amarelo da natureza como sujeira. No solo, estão os lençois dos pássaros, os brotos e pétalas que viveram toda uma árvore para enfim repousar. Deito para olhar o céu girando, os aromas fortes e doces do chão..."

É, o novo ano e sua atmosfera me convidaram a reler o viciante Fabrício Carpinejar... Mergulhada, desde ontem à noite, no mar imenso que é "O amor esquece de começar" e as deliciosas crônicas que ele abriga... Mais do que recomendo! 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Bodas inexistentes


As mudanças e as desistências, por mais assustadoras que sejam, são sempre bem-vindas, pelo menos para mim. Porém, julgamentos à parte, o que mais tenho visto por aí são pessoas que fingem estar satisfeitas e felizes com alguém (incluindo a si mesmas) por pura acomodação, por puro medo de saírem de sua zona de conforto. Pensam que abdicar de algo as tornará menores, piores, fracassadas, sei lá mais o quê. 

Nunca me arrependi de ter desistido de algumas coisas, principalmente de ficar casada! Meu ser não saberia ser feliz mergulhado onde o  respeito e a admiração não conseguiram sobreviver e para o qual não havia mais o menor sentido. A desistência, ali, foi mais do que salvadora -- foi VITAL. E hoje então sinto prazer em comemorar cada boda que não tive! 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Tarde demais


Clara passou alguns meses cheia de expectativa, esperando que ele ligasse e dissesse que estava no portão à sua espera, como fazia no começo. Ela queria não precisar pedir ajuda e ele, em sintonia, logo lhe estender a mão mesmo sem saber pra quê. Pensou que, com o tempo, os sentimentos de paixão que sinalizavam fossem se transformar em algo muito mais sólido, regado a emoções e companheirismo que jamais conheceu em realacionamento algum. Só que, por alguma razão, o sólido derreteu, como pedra de gelo que, num piscar de olhos, num dia quente, logo vira água e escorre pela toalha sem deixar nenhum vestígio de que existiu.

A sensação é que ao ir atender a campainha (e não era nem ele!) e voltar, tudo se fora. Algo parece ter ficado lá fora, à revalia. O de dentro dela também se foi, pois não queria ficar só. Só que justamente neste momento, sendo verdade ou não, tudo parecia mudar dentro dele, que não hesitou em pegar o celular e mandar um SMS para ela fazendo a pergunta cortante: "Quer ser minha mulher?" Não. Decididamente ela não queria mais. O tempo tinha passado e ele, tolo, nem tinha percebido...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Meu maior presente!


Miguelito pegou o lacinho que veio no presente trazido pela vovó Marisa e pelo vovô Lelei e prontamente colocou no cabelo.

-- Filho, laço no cabelo?!? O que é isso?!? Você é menino!!!

-- Ai, mãe... Você não entende nada... É um presente para você!!!

(Silêncio)

Ainda bem que há situações em que só o sorriso basta... e a gente fica se sentindo infinitamente limitada diante da sabedoria e da perspicácia de uma criança!

Ainda bem que ele, no fundo, sabe que foi a melhor coisa que me aconteceu e é o melhor presente da minha vida! Inigualável! Com ou sem lacinho! E será sempre, sempre, sempre...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Cor de mim mesma

Nunca liguei para essas crendices de passar a virada do ano vestida com uma determinada cor... muito menos com o famoso branco, que sempre detestei, por me sentir uma baiana ou uma vendedora de cuscuz! (risos)

Há tempos já não vou à praia ver os fogos, e, para ser sincera, nem de casa eu saio... Medo da invasão de alienígenas folgados em minha cidade!  Já perdi a conta de quantas viradas passei em casa... e este ano, assim como os anteriores, radicalizei e passei PELADA. 

Se isso me deu sorte? Não sei. Se isso me deu azar? Também não sei. Só sei que o que realmente importa é a cor que trazemos em nós. Ou nem isso.