sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sou como a Rachel...


Não consigo entender quem gosta de deixar as pessoas em banho-maria, a seu belprazer, que mente, que ludibria, que omite dados tão importantes... Remotamente eu gostaria de saber lidar com gente assim, pois quem sabe eu seria mais feliz?!? Porém, há algo em mim que pulsa e que, para viver, necessita de um ingrediente cada dia mais escasso neste mundo: sinceridade!

Não sei fazer rodeios... Não gosto de ficar em cima do muro, esperando pra que lado o vento sopra para que isso seja minha bússola... meus sentimentos não estão em leilão, para ver quem dá mais... quem oferece mais vantagens...
 
Às vezes gostaria de aprender a ser mais leve... mais tola... Perspicácia às vezes maltrata tanto e faz o coração até sangrar... Queria saber ser burra, ou cega, não sempre, mas em alguns momentos... Gostaria de ser distraída o suficiente para não querer juntar peças de determinados quebra-cabeças... e achar que todas elas estão desencontradas... mas...
 
Só queria saber também ignorar... ser indiferente... racionalizar sentimentos... e cumprir o que prometo... principalmente a mim mesma! Queria escolher de quem gostar... quando gostar... por quanto tempo gostar... e depois... facilmente... desgostar, na primeira dose (mínima) de dor! Queria, enfim, saber ser indolor, como tanta gente parece conseguir e seguir esse caminho. Talvez eu fosse mais feliz... Talvez não... Talvez... Sim... Não... Talvez...

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Hoje entendo!

Hoje tirei mais do que o pó dos meus móveis -- tirei o pó de muitos dos meus fantasmas... pus fogo em muitas amarras e todas as correntes que ainda insistiam em me prender foram lançadas para bem longe... 

Hoje consegui não achar hilariantes os escritos ditos metamorfósicos repetitivos e insensatos de um adolescente que já passou dos quarenta e que até hoje não aprendeu a amar. Hoje consegui olhar no espelho da vida e senti pena de um eu meu refletido numa outra pessoa, dentre tantas outras, considerada, em também tão pouco tempo, "o grande amor da minha vida".

Hoje consegui ver nitidamente toda a louca insistência em se querer repetir uma historia e querer mudar apenas a personagem, trocando antagonistas, cometendo os mesmos erros, usando as mesmas máscaras, as mesmas desculpas, as mesmas promessas e declarações... provavelmente as mesmas cobranças e tentativas de mudar o outro a seu bel-prazer, esquecendo-se de que há taaaaanta coisa a ser mudada em si mesmo e sem que isso aconteça nada vai dar verdadeiramente certo! 

Hoje, Senhor, eu entendo que precisei passar por muita coisa para entender que não havia nada de tão errado comigo, como queriam que eu pensasse, como eu permiti que me deixassem pensar por tanto tempo. A pena foi cumprida, indevidamente, talvez, mas já é chegada a hora de sair da prisão, física e espiritual. Sinto-me livre, sendo eu mesma, com toda gordura, com toda incoerência, com toda grandeza e fraqueza, com todas as qualidades e defeitos, sem me preocupar com futilidades e me aceitando! T-O-D-A! Sinto-me amada... não ainda por alguém (que ainda não chegou, embora tudo indicasse que sim!), mas amada por muitos amigos, pelo meu filho, por Deus, e, principalmente, por mim mesma. Prometo jamais me roubar o amor!

De Prado para Miguel



Filho precioso que eu amo tanto e que sei que é por muitos também amado, desde o meu ventre... que vai conquistando a todos com tamanha facilidade e espontaneidade... por onde passa... real e virtualmente... vai lançando sementes... e já vai dando alguns frutos, que eu, como mãe orgulhosa que sou, vou guardando para que um dia ele saiba saboreá-los sozinho! Um deles é esse presente lindo da "tia" Sandra Prado! Mãe e filho agradecem! Obrigadão por tanto carinho e gentileza, amiga! Obrigada, Senhor, por ter me presenteado com um filho que transmite tanta coisa boa para tanta gente, especialmente para mim! Minha razão de ser e de viver! 


Poema pueril - Para Miguel \ Dequinha

O Criador ,
num momento de bom humor,
resolveu fazer Miguel!
Lá pelas paragens de Cabo Frio
onde águas brincam de pique
com areias da praia...
com varinha de condão invisível
Num sopro divino...

deu vida ao menino...
Num momento de amor e ansiedade,
Miguel surgiu...
sorrindo pra vida...
sorrindo na vida...
sorrindo da vida...
sorrindo...com a vida!!!
Mil borboletas multicolores
uniram-se ao arco- íris
e ornamentaram
o berço do menino.
Certamente
o garoto conseguirá pegar
todos os vaga-lumes
sonhados.
Uma estrela cadente
contou-me este segredo!

(Sandra Prado)

Venha mais vezes, menina...


Aventureira, corajosa, curiosa, esperançosa, confiante, determinada, incansável, que, mesmo sem bússola, pela intuição e pela oração, se lança e vai em direção ao sol, seu Norte... Ela crê nele e Nele... e isso basta. Sabe que, aconteça o que acontecer, a claridade será apresentada a ela, mesmo em meio à total escuridão... Tem seu coração (puro, apesar dos desenganos e das armadilhas espalhadas pelo caminho) como guia e a certeza consoladora de que nunca ficará sozinha. 

Procuro todo dia essa menina em mim... Pena que são raras as vezes em que a encontro!

P.S.: Post dedicado à minha amiga Alice Castro Mantovani, pela imagem com que me presenteou e também por todos os dias cutucar essa menina para que ela acorde! Amo você, viu! Obrigada!

O (a)mar

Aparentemente é tão simples agigantar alguma coisa... Uma pena as pessoas complicarem tanto o que realmente tinha tudo para ser fácil! Para que falsas promessas, declarações não sentidas, antecipadas ou emboloradas, ditas fora do ritmo, do tom, do tempo...?!? Para que dizer que se ama sem nem ao menos gostar e respeitar?!? Quem gosta e respeita, verdadeiramente, demonstra... espera... aquieta... silencia... traz paz... quer paz... quer mais é viver cada dia, pleno, como se o amanhã não existisse. E nem deveria existir. Não como complemento, como em geral se faz, se espera e se cobra, mas como um novo início, uma nova etapa dentre várias... Não por promessas e por nós, mas por vontades e por laços! Somente assim o (a)mar fica maior...

Onde é que o Túlio entra!

Apesar de o título parecer meio ambíguo, as considerações do Túlio sobre o Dia de Finados entraram com tudo na minha lembrança e cavaram uma espécie de túnel do tempo, que verteu-se num grande chafariz. Muitas coisas jorraram em mim... e vieram parar aqui, postas a palmatória (por que não?). 

Quando criança, tinha o hábito de ir, todo dia de finados, com mamãe ao cemitério... e enquanto ela ficava lá concentrada em distribuir flores e velas para os seus entes queridos, eu perambulava por aqueles corredores... Minha maior diversão era tentar desfazer, com toda a inocência de criança, aquela contradição (já incômoda) de ver alguns túmulos com tantas flores, numa ostentação sem tamanho, e outros sem nem uma florzinha, abandonado. Lá ia eu pegando umas margaridas de um e compartilhando com outro; rosas sendo repartidas... o cemitério todo se tornando mais uniforme... mais homogêneo nas cores... nos odores...

Outra coisa que me chamava atenção eram as lápides com as datas certinhas de missões cumpridas, sem um dia a mais ou a menos. Gente que vinha ao mundo no mesmo dia e mês e neste mesmo dia e mês ia embora. Eram poucas as pessoas. Julgava-as, então, diferentes, especiais, e algo me dizia que isso aconteceria, um dia, comigo, o que, cá pra nós, durante muitos anos, me impediu de comemorar o meu aniversário de maneira plena. Havia sempre uma possível despedida embutida, diluída. Há alguns anos, depois de uma oração de renúncia, essa sensação se foi... embora a curiosidade quanto a isso ainda em mim exista. 

Quanto às flores repartidas... Há anos parei de tentar socializar pertences... Desisti de tornar os túmulos mais homogêneos... Nem ali são todos iguais... Ainda bem! Somos únicos, sempre, em qualquer lugar, e aprendi a respeitar que não podemos ofertar o que ofertado já fora e por outrem. Só podemos doar o que nos pertence... e a mim pertence uma saudade imensa dos que se foram e muitas perguntas sem respostas, mas isso, ahhh, isso nem me incomoda mais tanto assim! 

Voltando...

Vim parar aqui motivada por um comentário do meu amigo Túlio, no Facebook, onde adoro, quando posso, perambular. Curioso o fato de sentir essa vontade e de me sentir, também, suuuuuper à vontade de falar sobre maluquices que sempre fiz questão de esconder, como aquela melequinha básica que tiramos discretamente e passamos logo o dedo debaixo de alguma coisa, a fim de escondê-la! Mais curioso ainda é vir "ressuscitar" este meu espaço justamente no dia de hoje - Finados! 

Há algum tempo eu tentaria entender tantas conexões, mas ter um laudo de um psiquiatra é tão LIBERTADOR, ao contrário do que muitos pensam, que hoje descobri que prefiro o desconexo... o caos... e ignoro qualquer falsa arrumação, dentro e fora de mim. Não ignoro nenhuma peça desse quebra-cabeça gigantesco chamado VIDA, mas tenho me limitado, sem me culpar por isso ser tão pouco (o que é o MUITO, afinal?!?), a recolher cada peça, sem pressa de montar o macro. Fica um micro aqui, outro lá, outro acolá... e um dia tudo se cola (ou não).

O importante é a gente se lembrar sempre de que para se ser inteiro (se é que isso existe) é preciso, primeiro, ser fragmento(s). Sou, portanto, várias... cada uma mais verdadeira do que a outra, embora tão paradoxais pareçam e pereçam, na hora certa. Sim, algumas, como tudo na vida, têm prazo de validade. Venço alguns; por alguns sou vencida, e assim vou vivendo... sem medo de mais (quase) nada!