quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MuDANÇAS


Trago em mim, felizmente, muitas mudanças! Há tempos já passei da fase de desperdiçar determinadas coisas por conta dos erros ortográficos, assim como já deixei de evitar algumas pessoas por considerar que continham defeitos com os quais eu não conseguiria conviver e, curiosamente, muitos deles eu mesma tinha! 

Há algum tempo eu implicaria com o erro de regência do "prefiro estar com os loucos, do que com os falsos" e me recusaria a usar, ainda mais como professora de Português, a imagem motivadora deste post, substituindo pelo correto "prefiro estar com os loucos a estar com os falsos". Ainda bem que Deus vai nos mostrando o que é essencial e o que é supérfluo. É a essência que vale, é ela que deve ser analisada, tanto nas frases presentes nas imagens quanto nas pessoas... 

Chega de abraçar e de rejeitar rótulos... Chega de criar resistências imbecis... Chega de preconceitos torpes... Chega de julgamentos... Chega de recusar ajuda... Chega de oferecê-la para quem não quer...  Chega do medo de enlouquecer e chega do medo maior ainda de acharem que enlouquecemos e de nos lançarem, por isso, à exclusão e ao esquecimento! Chega de fingir que se é normal e de se fazer o que o que se esperam, ainda que isso nos violente. Chega de apontar que fulano ou sicrano é louco (como se isso fosse algo ruim e contagioso) enquanto é você, às escondidas, que se entope de Rivotril, Bromazepan e afins para (sobre)viver. 

Chega de dançar em volta de mim mesma, achando-me normal, e por puro receio de ir dançar em outras áreas... As mudanças me levaram a outros caminhos: Terapeuta, Psiquiatra, Perícia... e viva, especialmente num mundo cada dia mais repleto de falsidades, a loucura (assumida) de ser exatamente como se é (agrade ou não).

PalavrAÇÕES


Ser mãe é algo surreal, que às vezes me arrebenta e me faz usar muito mais a omissão do que a clareza, coisa que antes me parecia impossível. Há alguns momentos em que penso até em mentir... aquele tipo de mentira sonhada, se é que isso, de certa forma, ameniza alguma coisa, me absolve.

Frases do tipo "Filhinho lindo do papai", "Amorzão do pai", "Lindão do papai", que encheriam meu coração de alegria, transformaram-se em ecos vazios, mecânicos, que não convencem... e algo me diz que nem mais para o próprio destinatário faz algum sentido ou diferença! Isso ainda, confesso, me dói, por desfazer projetos... destroçar sonhos... chorar por dentro... sangrar...

Bem lá no fundinho, porém, mesmo em meio a tanta poeira e a tanta aridez, carrego em mim uma esperança, microscópia, invisível a olho nu, escondidinha, de que um dia alguém acorde -- e a tempo -- de que as palavras são bem-vindas sim, mas que elas, sozinhas, sem estarem abraçadas às ações, de nada valem, não convencem, esvaziam-se, como se esvazia, sutilmente, um pouco o recipiente de água, ao se caminhar sob o sol escaldante chamado vida... e a pessoa, ainda mais estando desprovida de sensibilidade, nem percebe!

Enquanto isso, pelo exemplo que tenho, a duras penas, tentado ser, torço para que meu filho também carregue com ele a tal a esperança... da mesma forma... e que o sol seja bem mais generoso com o sentimento que nele habita!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Falso autocontrole?!?

 
Tudo misturado de forma nova dentro de mim... Reagi bem, graças aos remédios, a uma cena irritante e patética dentro do ônibus de Cabo Frio até Araruama, quando eu ia fazer uma perícia. Uma criatura sem noção dançava, berrava, xingava, incessantemente, deixando boquiabertos os muitos idosos que ali estavam. Normalmente eu sentiria vontade de "rodar a baiana" e fazer com que a pessoa se sentisse uma completa imbecil, porém, nada falei, fingindo que estava mais ou menos lá para Saturno (e talvez estivesse) e lá nada me incomodava, nada chegava até mim. Emoção controlada. Surpresa.

Porém, à tardinha, ao ir à escola buscar Miguel, lágrimas escorriam fartas pelo simples fato de um senhor ter parado na faixa de pedestre e fechado a rua apenas para que eu e meu filho atravessássemos a rua, sem precisarmos esperar horas e horas, como o habitual. Um simples fato de bondade, de educação, de se importar com o próximo me desmontou, num mundo em que o ser humano sequer sabe que o outro existe!

Notei que remédios podem sim ajudar a controlar minhas emoções, mas algumas escapam, fugidias, e para isso não creio que haja cura! E deveria? Não sei, sei não, de verdade.

domingo, 2 de setembro de 2012

Sem arranhão


Mesmo blá-blá-blá de sempre, mesmas declarações, mesmas promessas, mesmos sentimentos sendo arrotados, mesmas desculpas, mesmas historias, mesmas culpas (poucas) assumidas, mesmas posições de vítima, mesmos argumentos, mesmas indiretas, mesmos perfis...
 
Como um disco arranhado, tudo se repete, se repete, se repete, se repete...
 
A sorte é que hoje, com a audição mais apurada, sentada na plateia, ouço músicas que eu mesma escolho no meu toca-disco particular, e lá, felizmente, não tem na-di-nha arranhado e tudo flui... Ufa!