segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Em busca da simplicidade


Sim, a poderosa Ana Jácomo tem razão... "Vive mais feliz quem tem olhos capazes de escutar o canto amoroso da simplicidade. É nas miudezas que tudo aquilo que realmente importa se revela com maior nitidez".

domingo, 30 de dezembro de 2012

Ano Novo, me surpreenda!

Ano-Novo é uma convenção. Os dias correm em sequência. De 31 de dezembro para 1º de janeiro ocorrerá apenas mais uma sucessão de 24 horas em que nada mudará, tudo seguirá do mesmo jeito. Pois é, sei disso, mas é um ponto de vista sem nenhuma alegria. Sou das que compram o pacote de Ano-Novo com tudo que ele traz em seu imaginário: balanço de vida, reafirmação de votos, desejos manifestos e esperança de uma etapa promissora pela frente.
 
Faço lista de projetos e tudo mais. Só que, quando chega o fim do ano e avalio o que consegui cumprir, descubro que o inesperado superou de longe o esperado. As melhores coisas do ano sempre foram aquelas que eu não previ. Então tomei uma decisão: nessa virada, não vou planejar coisa alguma e aguardar as resoluções que novo ano tomará para mim, à minha revelia.
 
Mas poderia dar algumas sugestões?
 
Ano Novo, anote aí: que as coisas mudem, mas não alterem meu estado de espírito. Não deixe que eu me torne uma pessoa ranzinza, mal-humorada, desconfiada, sem tolerância para as diferenças. Aconteça o que acontecer, que eu me mantenha aberta, leve e consciente de que tudo é provisório.
 
Não quero mais. Quero menos. Menos preocupações, menos culpa, menos racionalismo. Pode cortar os extras. Mantenha apenas o estritamente necessário para me manter atenta.
 
Está anotando?
 
Espero que você esteja com ótimos planos para sua amiga aqui. Lançarei livro novo? Permita que eu seja abusada: dois. Sendo que nenhuma coletânea de crônicas, nem romance. Me ajude a variar.
 
Que lugares conhecerei que ainda não conheço? Que pessoas entrarão na minha vida que, quando cruzo com elas na rua, ainda não as identifico? Que boas notícias ouvirei das minhas filhas? Quantos shows terei o prazer de assistir? Estou curiosa para saber o que você está aprontando para incrementar os meses que virão.
 
Prometo que estarei preparada para receber o abraço afetuoso de quem antes me esnobava, para a frustração por tudo o que for cancelado, para voltar atrás nas minhas teimosias, para me dedicar a algo que nunca fiz antes.
 
Estarei disposta a tirar de letra os espíritos de porco e assumir a responsabilidade pelas asneiras que eu mesma cometer. E estarei pronta também para uma grande surpresa, ou até duas. Três, meu coração não aguenta.
 
Se a dor me alcançar, que me encontre com energia e sabedoria para enfrentá-la. Que eu não me torne dura diante dos horrores, nem sentimentaloide diante das emoções. Ano Novo, os acontecimentos são da sua alçada. Da minha, cabe recepcioná-los com categoria.
 
Quais são seus planos para mim, afinal? Talvez nem todos sejam do meu agrado, portanto, que eu não tenha constrangimento em dizer “não, obrigada”, caso seja preciso. Mas que eu me sinta mais predisposta para o sim.
 
Se estamos de acordo, pode vir.
(Martha Medeiros)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

É primavera... em mim...



Acordei hoje me sentindo meio renascida... Sinto que ainda necessito de muitas outras, que sei que virão, embora não saiba quando e isso não mais me preocupa. Perdi a mania de querer medir o tempo e aprendo a viver somente com a certeza de que virá um dia. UM DIA tornou-se indolor. Não quero mais nada realmente que me trave o riso... Já o economizei demais e prolonguei o frio do inverno em meu ser. Agora eu quero é florescer... Há várias libertações em mim e cada uma gerou uma semente que exige desabrochar, JÁ! Primavera, cheia de leveza, de cores e frescor, instale-se e seja mais do que bem-vinda!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

É isso aí, Chaplin!

Cansei de ser boba e de entender todas as omissões, todas as fugas e estratégias alegando querer ficar em paz com A e B! Parei de ficar me escondendo como se fosse uma criminosa porque existiam pessoas idiotas que não poderiam ser magoadas, caso contrário decretavam guerras infindáveis! Cansei de, nesses casos, pagar o mal com o bem... Hoje não pago mais nada! Distanciei-me! Não procuro mais quem não faz também questão de me procurar e não demonstro mais querer bem (embora ainda queira) a quem não demonstra o menor carinho, a não ser, claro, quando necessita de algo, nem que seja atenção apenas. Danem-se os parentescos que nada representam. Chega de teatrinho. Que elos que nunca verdadeiramente existiram se quebrem... Tudo é troca... e se não querem trocar, unilateralidade não faz mais sentido para mim. Sou, somos livres. Ui, que alívio! 

sábado, 15 de dezembro de 2012

Esperando o arco-íris...



Fazia tempo que eu não tomava um bom banho de chuva, daqueles que não deixam nada a desejar se comparados ao banho de chuveiro. Ontem me senti lavar até a alma... pisando nas poças que se formavam no quintal... Bom sentir a força que a chuva tem, com toda a sua delicadeza... Renovador ficar ali olhando como a terra abraça e acolhe cada pingo, até os mais grossos deles!

Com a terra me misturei... acolhi a chuva... recusei o guarda-chuva, assim como tenho recusado tudo aquilo que serve para dosar e impedir que a coisa flua. Nada de peneira! Quero contato (direto) com a terra, com o sol, com a chuva, comigo mesma! Nada de amenizações ou proteções! Estou na fase de esperar tudo... ou nada. Sem ilusão.

Enquanto isso, sento-me no chão, e fico vendo a chuva ir perdendo a força, até cessar... Sei que o arco-íris virá. Não sei quando. Mas virá, e com direito a um pote de ouro, ou qualquer outra metáfora, no finalzinho dele. Vou até lá. Nem que seja sozinha. Sei que o tem lá é para mim... Deus já me disse, e quem sou eu para duvidar Dele...!!!

Escassez de guarda-chuvas...


Tenho reparado como, hoje em dia, as pessoas passam a odiar as outras em uma fração de segundos! Num dia quem jorra juras de amor eterno é o mesmo (é?) que só destila palavras ofensivas e de ódio, que fariam inveja a Hitler e Stalin! Quem diz que estaria "para sempre" ao seu lado, ainda que a relação não durasse o tempo que gostaria (incoerência mais coerente da vida!), lhe responde secamente que você que "se vire, porque eu nem casado com você fui!" 

Ao olhar para a imagem deste post, juro que senti DOR, uma dor imensa, por todos os momentos que eu não tive sabedoria, em todos os meus relacionamentos, para saber amar e cuidar apesar da raiva! A tendência é mesmo, ainda que remotamente, o ser humano (até o melhor deles) declarar guerra e neste momento o outro passa meeeesmo a ser inimigo, quando deveria aprender a ser amigo principalmente nessas horas... É essa a maior prova de amor, a mais genuína, pois amar na paz é fácil!

Quero encontrar alguém que me ature, que me ame até no ápice maior das brigas, em que a cólera cegue e que, mesmo assim, me veja e que não se importe de se molhar... só para me poupar e me manter seca... 

Altas "viagens"... Hoje em dia a coisa está tão feia que nem guarda-chuvas são mais vendidos... usados... e deve ser por isso, meu Deus, que há tanta falta de amor... e tanto excesso de dor... de solidão... de egoísmo...!!!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

3 anos e 4 meses!



Hoje acordei com um "Mãe, já acordou?", seguido por um sorriso lindo ao me ver abrir os olhos e virar o rosto para a sua direção... Eu não tinha acordado, estava, ainda, morrendo de sono, mas quem se importa?!? Ser acordada dessa maneira e com mais um "Sua linda!", mesmo comigo parecendo a Medusa com os cabelos desgrenhados, com a cara amassada e com os olhos cheios de remela, traz uma alegria talvez equivalente a ganhar na MegaSena e poder mandar para os ares todas as suas dívidas e dúvidas do que pode ou não comprar! Ganho na MegaSena do amor incondicional e inigualável todos os dias, há exatamente 3 anos e 4 meses, concretizado!

Não me sinto nunca sozinha, porque minha sombra tem quase um metro e não há edifício mais alto do que ela... pesa mais de 13 quilos e a cada oferta mais e mais leveza... É o homenzinho mais apaixonante deste e de todos os outros mundos existentes, dentro e fora de mim! Por ele sou capaz de morrer, e de renascer todos os dias, como sempre faço! Sou também capaz de encarar a cozinha, coisa que eu detesto e que ele bem sabe que "é melhor ficar longe quando ela está no fogão!"

É ele que me ajuda nas tarefas diárias, que prepara, todo bobo e orgulhoso, o suquinho de laranja, que adora lavar louça e não reclama nunca de jogar o lixo fora! É ele que me ajuda a colocar as roupas na máquina, sempre sorrindo, e depois a pendurar cada uma no varal, sempre me dando de dois em dois pregadores! Ahhh, não sabe ele que me dá sempre muito e muito mais do que isso: me dá amor, me dá alegria, me dá esperança, me dá alianças maiores com Deus...

Parabéns, Miguel, e a cada dia sei mais que você foi um grande e eterno presente vindo do céu!

Com amor,
Mamãe Andreia Garcia Faria
 (e que, fique claro,  não tem o seu "da Rocha Silveira", seu implicante lindo!!!)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Com Ele!



Senhor, quantas mudanças tenho percebido em mim de uns tempos para cá!  Tantas vezes senti vontade de explodir e de estourar e nitidamente senti o seu abraço, de Pai, me acolhendo e me acalmando... fazendo a ira dar lugar à serenidade! Tantas e tantas vezes senti que fui poupada por saber, melhor do que eu mesma, que estava no meu limite da sanidade e que todos esperavam que eu reagisse de forma hostil, grosseira, descontrolada, mesmo que tudo isso fosse mais do que justificado!

Obrigada por permitir que eu voe, mesmo que para alguns, limitados e com os olhos ainda tão cheios de escamas, eu esteja rastejando, ou até considerada inerte, anestesiada, alheia a tudo, até a mim mesma! Não me importo mais com o que pensam... se me julgam... se debocham de mim... se me apedrejam... Nada disso me dói mais! Nietzche me conforta, muito mais do que as gotas de Somalium e muito menos se comparado a Ti, que tem sido, mais do que nunca, minha bússola, meu sustento, vento que faz cafuné em meus cabelos e me faz adormecer... feito menina... se é essa a única forma de me silenciar! Me silencio. E durmo... Sei que está comigo! Obrigada!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Faltando o "tu vences"!


Posso dizer que passei por quase todas essas etapas este ano, e, entre um arranhão ou outro, todos de raspão, sem se fixar na minha alma, posso dizer, com orgulho, que sobrevivi. Trago em meu sorriso a satisfação de sacudir árvores que se julgam fortes e inatingíveis... Tem uma que ouso falar até que se recusa a enxergar que perdeu um galho e fica tentando, com Super Bonder, colocá-lo de volta no lugar. Impossível. Não é culpa desse produto, que continua funcionando, mas o esquema ruiu, meu bem, e isso é só o começo. 

Como diria o grande Lulu (Santos): "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia". As árvores que ainda violentam o solo serão arrancadas e aposentadas, e essa providência virá de Deus e não dos homens. Cansaço de ter o seu nome ser dito em vão e por pessoas que se entitulam "evangélicas" sem o serem, verdadeiramente! Quem o é não compactua com o que é errado, não anda de mãos dadas com a injustiça, não tenta apontar como mentiroso nem como louco quem só se recusa a aceitar o erro... a desonestidade... a desumanidade... Muitas máscaras ainda serão arrancadas e só então me sentirei finalizar todas as etapas citadas por Gandhi.

Em mim...

Hermann Hesse sempre foi meio salvador para mim, principalmente agora, época das terapias aceitadas, dos remédios para a alma, da depressão que assola todos aqueles que têm o mínimo de sensibilidade para perceber que o mundo rejeita, cada dia mais, tudo o que vem do ser humano e que tenta pôr, sem piedade, fogo em todas as suas vestes e máscaras... O tempo todo há um convite à nudez da verdade, porém, bobo é aquele que acredita (de verdade) nisso e se despe... totalmente... e recebe ovadas bem no meio da fuça em vez dos prometidos aplausos!

Já eu, felizmente, aprendi a aproveitar os aplausos, os ovos, até o nada... Desconfio até de que seja este o mais bem-vindo! Há tantas possíveis verdades no nada, no silêncio, no aceitar, no não entender... Ando por aí nua... só que ninguém se choca... muitos nem notam... poucos desconfiam disso... Só um ou outro me lança um olhar cúmplice, que pisca e sussurra um "também estou nu" (como se eu não soubesse!). Para os ditos normais, entediantes, quase sempre, revelo que me visto com roupa da cor da pele... Não há nada sendo mostrado, a não ser, claro, a minha cara de pau de às vezes tentar me enquadrar neste mundo de mentiras, de dissimulações, de hipocrisias... Prefiro o(s) mundo(s) que a minha verdadeira nudez esconde e que é um esconderijo (se-cre-to) para poucos, bem poucos...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Guel & Guigui


Nunca vi uma amizade que nem esta... e que nasceu de uma forma que nem sei se saberia explicar, caso precisasse! Há quem os ache parecidos, talvez pelo sorriso, pelos cachinhos, pela sapequice... talvez por captarem que eles são iguais, em essência, em pureza, com suas asas invisíveis, anjinhos lindos que são e que caíram aqui para que alegrassem e dessem mais sentido ainda à vida de suas mães! 

Fico admirada por sentir o entusiasmo de Miguel ao falar do amigo! E sei que a recíproca é verdadeira ao ver Guigui avistar Miguel, na frente da escola, e já soltar um Gueeel! São mais do que amigos de escola, são amigos fora dela, e ouso dizer que são mais do que isso: são cúmplices! Miguel entende tudo o que Guigui diz com seu código ainda secreto de linguagem... e os dois vão se entendendo como se a palavra nem existisse! E quem precisa dela quando se dialoga usando o coração e nada mais?!? 

Temos muito a aprender com esses dois! Como temos! Que Deus permita que, mesmo morando mais distante agora, seus caminhos nunca se descruzem! Amo vocês!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Emoção materlina!


Se eu já era adepta e fã dos neologismos, intensifiquei bastante a minha relação com eles depois que Miguel chegou em minha vida, confesso. Impressionante como as palavras fugiram em alguns momentos e precisei inventar outras para tentar exprimir o que sinto! E olha que às vezes nem recorrendo a isso consigo! O silêncio ou as lágrimas (ou ambos) é a saída, elementos curingas que são! 

Não há, para muitos, nada de mais nesta foto e que leve às lágrimas... Talvez não haja mesmo! Talvez tudo esteja dentro de mim, escondido, e que, com a foto, houve um insight, uma coisa louca e incontrolável que jorrou e jorra em mim, de mim! 

Ver tanto branco com vermelho, tantos gorros, tanta pureza e meiguice, tudo tão arrumadinho, me desarrumou as ideias e me deixou meio dividida, comovida pra caramba! Mergulhei em cada pequenino ali na minha frente, e acho que peguei emprestado um pouquinho de cada um... e trouxe para casa, além de muito do Miguel, um pouquinho do João Pedro, do Guilherme, do Riquelmi, do Kevyn, da Luísa, da Liz (minha norinha!), da Camila, da Izabella, da Gabí, da Ágatha, da Kachiley, da Melissa, da Carol... sem falar que os ausentes (presentes em mim) também vieram, de brinde: Ana Luísa, Maria Clara e João Cardoso!  

Emoção materna e natalina -- daí o neologismo "materlina" -- de saber que esta tão linda turminha, que já experimentou alguns gostinhos meio amargos das mordidas, da adaptação, da incompreensão e da falta de carinho, sobreviveu à primeira turma de convívio social... e ali sorrindo, destemida, sem timidez alguma, transmitindo esperança e fazendo com que essa boba aqui agradecesse a todo instante a Deus pelas lições de amizade e respeito entre pais e entre eles mesmos! Saudades antecipadas de cada um! 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Entrando na dança!


Continuo dançando, sem nenhum tipo de medo... ou constrangimento... Melhor passar como doida que sei que não sou, e se o sou, sou muito mais inofensiva do que muitos sãos que ainda se dizem religiosos e maltratam criancinhas! 

Cada dia mais tenho a certeza de que a maldade é surda... e determinadas pessoas também! Já teriam acordado se tivessem me escutado e poderiam ter conquistado uma amiga em vez de uma inimiga (que sei que é a forma como me veem!). Uma pena! A hora da revelação está chegando! Eu sinto!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Sou como a Rachel...


Não consigo entender quem gosta de deixar as pessoas em banho-maria, a seu belprazer, que mente, que ludibria, que omite dados tão importantes... Remotamente eu gostaria de saber lidar com gente assim, pois quem sabe eu seria mais feliz?!? Porém, há algo em mim que pulsa e que, para viver, necessita de um ingrediente cada dia mais escasso neste mundo: sinceridade!

Não sei fazer rodeios... Não gosto de ficar em cima do muro, esperando pra que lado o vento sopra para que isso seja minha bússola... meus sentimentos não estão em leilão, para ver quem dá mais... quem oferece mais vantagens...
 
Às vezes gostaria de aprender a ser mais leve... mais tola... Perspicácia às vezes maltrata tanto e faz o coração até sangrar... Queria saber ser burra, ou cega, não sempre, mas em alguns momentos... Gostaria de ser distraída o suficiente para não querer juntar peças de determinados quebra-cabeças... e achar que todas elas estão desencontradas... mas...
 
Só queria saber também ignorar... ser indiferente... racionalizar sentimentos... e cumprir o que prometo... principalmente a mim mesma! Queria escolher de quem gostar... quando gostar... por quanto tempo gostar... e depois... facilmente... desgostar, na primeira dose (mínima) de dor! Queria, enfim, saber ser indolor, como tanta gente parece conseguir e seguir esse caminho. Talvez eu fosse mais feliz... Talvez não... Talvez... Sim... Não... Talvez...

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Hoje entendo!

Hoje tirei mais do que o pó dos meus móveis -- tirei o pó de muitos dos meus fantasmas... pus fogo em muitas amarras e todas as correntes que ainda insistiam em me prender foram lançadas para bem longe... 

Hoje consegui não achar hilariantes os escritos ditos metamorfósicos repetitivos e insensatos de um adolescente que já passou dos quarenta e que até hoje não aprendeu a amar. Hoje consegui olhar no espelho da vida e senti pena de um eu meu refletido numa outra pessoa, dentre tantas outras, considerada, em também tão pouco tempo, "o grande amor da minha vida".

Hoje consegui ver nitidamente toda a louca insistência em se querer repetir uma historia e querer mudar apenas a personagem, trocando antagonistas, cometendo os mesmos erros, usando as mesmas máscaras, as mesmas desculpas, as mesmas promessas e declarações... provavelmente as mesmas cobranças e tentativas de mudar o outro a seu bel-prazer, esquecendo-se de que há taaaaanta coisa a ser mudada em si mesmo e sem que isso aconteça nada vai dar verdadeiramente certo! 

Hoje, Senhor, eu entendo que precisei passar por muita coisa para entender que não havia nada de tão errado comigo, como queriam que eu pensasse, como eu permiti que me deixassem pensar por tanto tempo. A pena foi cumprida, indevidamente, talvez, mas já é chegada a hora de sair da prisão, física e espiritual. Sinto-me livre, sendo eu mesma, com toda gordura, com toda incoerência, com toda grandeza e fraqueza, com todas as qualidades e defeitos, sem me preocupar com futilidades e me aceitando! T-O-D-A! Sinto-me amada... não ainda por alguém (que ainda não chegou, embora tudo indicasse que sim!), mas amada por muitos amigos, pelo meu filho, por Deus, e, principalmente, por mim mesma. Prometo jamais me roubar o amor!

De Prado para Miguel



Filho precioso que eu amo tanto e que sei que é por muitos também amado, desde o meu ventre... que vai conquistando a todos com tamanha facilidade e espontaneidade... por onde passa... real e virtualmente... vai lançando sementes... e já vai dando alguns frutos, que eu, como mãe orgulhosa que sou, vou guardando para que um dia ele saiba saboreá-los sozinho! Um deles é esse presente lindo da "tia" Sandra Prado! Mãe e filho agradecem! Obrigadão por tanto carinho e gentileza, amiga! Obrigada, Senhor, por ter me presenteado com um filho que transmite tanta coisa boa para tanta gente, especialmente para mim! Minha razão de ser e de viver! 


Poema pueril - Para Miguel \ Dequinha

O Criador ,
num momento de bom humor,
resolveu fazer Miguel!
Lá pelas paragens de Cabo Frio
onde águas brincam de pique
com areias da praia...
com varinha de condão invisível
Num sopro divino...

deu vida ao menino...
Num momento de amor e ansiedade,
Miguel surgiu...
sorrindo pra vida...
sorrindo na vida...
sorrindo da vida...
sorrindo...com a vida!!!
Mil borboletas multicolores
uniram-se ao arco- íris
e ornamentaram
o berço do menino.
Certamente
o garoto conseguirá pegar
todos os vaga-lumes
sonhados.
Uma estrela cadente
contou-me este segredo!

(Sandra Prado)

Venha mais vezes, menina...


Aventureira, corajosa, curiosa, esperançosa, confiante, determinada, incansável, que, mesmo sem bússola, pela intuição e pela oração, se lança e vai em direção ao sol, seu Norte... Ela crê nele e Nele... e isso basta. Sabe que, aconteça o que acontecer, a claridade será apresentada a ela, mesmo em meio à total escuridão... Tem seu coração (puro, apesar dos desenganos e das armadilhas espalhadas pelo caminho) como guia e a certeza consoladora de que nunca ficará sozinha. 

Procuro todo dia essa menina em mim... Pena que são raras as vezes em que a encontro!

P.S.: Post dedicado à minha amiga Alice Castro Mantovani, pela imagem com que me presenteou e também por todos os dias cutucar essa menina para que ela acorde! Amo você, viu! Obrigada!

O (a)mar

Aparentemente é tão simples agigantar alguma coisa... Uma pena as pessoas complicarem tanto o que realmente tinha tudo para ser fácil! Para que falsas promessas, declarações não sentidas, antecipadas ou emboloradas, ditas fora do ritmo, do tom, do tempo...?!? Para que dizer que se ama sem nem ao menos gostar e respeitar?!? Quem gosta e respeita, verdadeiramente, demonstra... espera... aquieta... silencia... traz paz... quer paz... quer mais é viver cada dia, pleno, como se o amanhã não existisse. E nem deveria existir. Não como complemento, como em geral se faz, se espera e se cobra, mas como um novo início, uma nova etapa dentre várias... Não por promessas e por nós, mas por vontades e por laços! Somente assim o (a)mar fica maior...

Onde é que o Túlio entra!

Apesar de o título parecer meio ambíguo, as considerações do Túlio sobre o Dia de Finados entraram com tudo na minha lembrança e cavaram uma espécie de túnel do tempo, que verteu-se num grande chafariz. Muitas coisas jorraram em mim... e vieram parar aqui, postas a palmatória (por que não?). 

Quando criança, tinha o hábito de ir, todo dia de finados, com mamãe ao cemitério... e enquanto ela ficava lá concentrada em distribuir flores e velas para os seus entes queridos, eu perambulava por aqueles corredores... Minha maior diversão era tentar desfazer, com toda a inocência de criança, aquela contradição (já incômoda) de ver alguns túmulos com tantas flores, numa ostentação sem tamanho, e outros sem nem uma florzinha, abandonado. Lá ia eu pegando umas margaridas de um e compartilhando com outro; rosas sendo repartidas... o cemitério todo se tornando mais uniforme... mais homogêneo nas cores... nos odores...

Outra coisa que me chamava atenção eram as lápides com as datas certinhas de missões cumpridas, sem um dia a mais ou a menos. Gente que vinha ao mundo no mesmo dia e mês e neste mesmo dia e mês ia embora. Eram poucas as pessoas. Julgava-as, então, diferentes, especiais, e algo me dizia que isso aconteceria, um dia, comigo, o que, cá pra nós, durante muitos anos, me impediu de comemorar o meu aniversário de maneira plena. Havia sempre uma possível despedida embutida, diluída. Há alguns anos, depois de uma oração de renúncia, essa sensação se foi... embora a curiosidade quanto a isso ainda em mim exista. 

Quanto às flores repartidas... Há anos parei de tentar socializar pertences... Desisti de tornar os túmulos mais homogêneos... Nem ali são todos iguais... Ainda bem! Somos únicos, sempre, em qualquer lugar, e aprendi a respeitar que não podemos ofertar o que ofertado já fora e por outrem. Só podemos doar o que nos pertence... e a mim pertence uma saudade imensa dos que se foram e muitas perguntas sem respostas, mas isso, ahhh, isso nem me incomoda mais tanto assim! 

Voltando...

Vim parar aqui motivada por um comentário do meu amigo Túlio, no Facebook, onde adoro, quando posso, perambular. Curioso o fato de sentir essa vontade e de me sentir, também, suuuuuper à vontade de falar sobre maluquices que sempre fiz questão de esconder, como aquela melequinha básica que tiramos discretamente e passamos logo o dedo debaixo de alguma coisa, a fim de escondê-la! Mais curioso ainda é vir "ressuscitar" este meu espaço justamente no dia de hoje - Finados! 

Há algum tempo eu tentaria entender tantas conexões, mas ter um laudo de um psiquiatra é tão LIBERTADOR, ao contrário do que muitos pensam, que hoje descobri que prefiro o desconexo... o caos... e ignoro qualquer falsa arrumação, dentro e fora de mim. Não ignoro nenhuma peça desse quebra-cabeça gigantesco chamado VIDA, mas tenho me limitado, sem me culpar por isso ser tão pouco (o que é o MUITO, afinal?!?), a recolher cada peça, sem pressa de montar o macro. Fica um micro aqui, outro lá, outro acolá... e um dia tudo se cola (ou não).

O importante é a gente se lembrar sempre de que para se ser inteiro (se é que isso existe) é preciso, primeiro, ser fragmento(s). Sou, portanto, várias... cada uma mais verdadeira do que a outra, embora tão paradoxais pareçam e pereçam, na hora certa. Sim, algumas, como tudo na vida, têm prazo de validade. Venço alguns; por alguns sou vencida, e assim vou vivendo... sem medo de mais (quase) nada! 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MuDANÇAS


Trago em mim, felizmente, muitas mudanças! Há tempos já passei da fase de desperdiçar determinadas coisas por conta dos erros ortográficos, assim como já deixei de evitar algumas pessoas por considerar que continham defeitos com os quais eu não conseguiria conviver e, curiosamente, muitos deles eu mesma tinha! 

Há algum tempo eu implicaria com o erro de regência do "prefiro estar com os loucos, do que com os falsos" e me recusaria a usar, ainda mais como professora de Português, a imagem motivadora deste post, substituindo pelo correto "prefiro estar com os loucos a estar com os falsos". Ainda bem que Deus vai nos mostrando o que é essencial e o que é supérfluo. É a essência que vale, é ela que deve ser analisada, tanto nas frases presentes nas imagens quanto nas pessoas... 

Chega de abraçar e de rejeitar rótulos... Chega de criar resistências imbecis... Chega de preconceitos torpes... Chega de julgamentos... Chega de recusar ajuda... Chega de oferecê-la para quem não quer...  Chega do medo de enlouquecer e chega do medo maior ainda de acharem que enlouquecemos e de nos lançarem, por isso, à exclusão e ao esquecimento! Chega de fingir que se é normal e de se fazer o que o que se esperam, ainda que isso nos violente. Chega de apontar que fulano ou sicrano é louco (como se isso fosse algo ruim e contagioso) enquanto é você, às escondidas, que se entope de Rivotril, Bromazepan e afins para (sobre)viver. 

Chega de dançar em volta de mim mesma, achando-me normal, e por puro receio de ir dançar em outras áreas... As mudanças me levaram a outros caminhos: Terapeuta, Psiquiatra, Perícia... e viva, especialmente num mundo cada dia mais repleto de falsidades, a loucura (assumida) de ser exatamente como se é (agrade ou não).

PalavrAÇÕES


Ser mãe é algo surreal, que às vezes me arrebenta e me faz usar muito mais a omissão do que a clareza, coisa que antes me parecia impossível. Há alguns momentos em que penso até em mentir... aquele tipo de mentira sonhada, se é que isso, de certa forma, ameniza alguma coisa, me absolve.

Frases do tipo "Filhinho lindo do papai", "Amorzão do pai", "Lindão do papai", que encheriam meu coração de alegria, transformaram-se em ecos vazios, mecânicos, que não convencem... e algo me diz que nem mais para o próprio destinatário faz algum sentido ou diferença! Isso ainda, confesso, me dói, por desfazer projetos... destroçar sonhos... chorar por dentro... sangrar...

Bem lá no fundinho, porém, mesmo em meio a tanta poeira e a tanta aridez, carrego em mim uma esperança, microscópia, invisível a olho nu, escondidinha, de que um dia alguém acorde -- e a tempo -- de que as palavras são bem-vindas sim, mas que elas, sozinhas, sem estarem abraçadas às ações, de nada valem, não convencem, esvaziam-se, como se esvazia, sutilmente, um pouco o recipiente de água, ao se caminhar sob o sol escaldante chamado vida... e a pessoa, ainda mais estando desprovida de sensibilidade, nem percebe!

Enquanto isso, pelo exemplo que tenho, a duras penas, tentado ser, torço para que meu filho também carregue com ele a tal a esperança... da mesma forma... e que o sol seja bem mais generoso com o sentimento que nele habita!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Falso autocontrole?!?

 
Tudo misturado de forma nova dentro de mim... Reagi bem, graças aos remédios, a uma cena irritante e patética dentro do ônibus de Cabo Frio até Araruama, quando eu ia fazer uma perícia. Uma criatura sem noção dançava, berrava, xingava, incessantemente, deixando boquiabertos os muitos idosos que ali estavam. Normalmente eu sentiria vontade de "rodar a baiana" e fazer com que a pessoa se sentisse uma completa imbecil, porém, nada falei, fingindo que estava mais ou menos lá para Saturno (e talvez estivesse) e lá nada me incomodava, nada chegava até mim. Emoção controlada. Surpresa.

Porém, à tardinha, ao ir à escola buscar Miguel, lágrimas escorriam fartas pelo simples fato de um senhor ter parado na faixa de pedestre e fechado a rua apenas para que eu e meu filho atravessássemos a rua, sem precisarmos esperar horas e horas, como o habitual. Um simples fato de bondade, de educação, de se importar com o próximo me desmontou, num mundo em que o ser humano sequer sabe que o outro existe!

Notei que remédios podem sim ajudar a controlar minhas emoções, mas algumas escapam, fugidias, e para isso não creio que haja cura! E deveria? Não sei, sei não, de verdade.

domingo, 2 de setembro de 2012

Sem arranhão


Mesmo blá-blá-blá de sempre, mesmas declarações, mesmas promessas, mesmos sentimentos sendo arrotados, mesmas desculpas, mesmas historias, mesmas culpas (poucas) assumidas, mesmas posições de vítima, mesmos argumentos, mesmas indiretas, mesmos perfis...
 
Como um disco arranhado, tudo se repete, se repete, se repete, se repete...
 
A sorte é que hoje, com a audição mais apurada, sentada na plateia, ouço músicas que eu mesma escolho no meu toca-disco particular, e lá, felizmente, não tem na-di-nha arranhado e tudo flui... Ufa!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Aprendendo com Cora...



"Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto a vida, que o mais importante é o decidir."

(Cora Coralina) 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Releituras drummondianas

 
 Foi um encontro muito interessante, de muita troca, de risos, de mais algumas afinidades descobertas, com direito a um lanchinho e regado a Drummond e a releituras! Companhias agradabilíssimas. Umas conhecidas, outras (re)conhecidas e outras apresentadas. Um barato ter feito parte do júri que escolheu a melhor poesia dos alunos do Colégio Municipal Rui Barbosa, colégio em que não estudei nem trabalhei, mas pelo qual sempre tive imensa simpatia! Bom demais rever minha ex-professora Fatinha e quanta honra ter sido convidada pela queridíssima Algenir Loiola!
 
São momentos assim que enriquecem a nossa vida e aquecem nosso coração! 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Essa música até dói!

 

Depois

Depois de sonhar tantos anos,
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos,
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também

Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também

Nós dois 
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos historia
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também

Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois

(Marisa Monte)

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Meu príncipe fez três aninhos!



Há três anos você nascia e modificava a minha vida de uma forma que eu até desconfiava, mas sequer dimensionava! Tudo gira em torno de você desde então e sei que às vezes me esqueço de mim, mais até do que talvez devesse. Puro excesso de zelo... medo de errar... e como acabo errando, mesmo sem querer!

Agradeço todos os dias a Deus por ter me confiado a missão especialíssima de ser sua mãe, por aprender tanto com você, com sua sabedoria, com o seu já me consolar e me colocar no colo, quando diz para eu não chorar... quando tenta chamar a minha atenção para outra coisa... quando me abraça apertado... quando me enche de beijinhos... quando se pendura em meu pescoço... quando diz o quão feliz fica quando eu não vou trabalhar e posso ficar mais tempo com você na cama, assistindo à "A casa monstro" pela milésima vez! (risos)

Como sou tola por me iludir de que sou eu que o educo e não o contrário! Como eu tenho sorte de tê-lo como filho, companheiro, cúmplice, amigo, anjo... vício!

Obrigada por existir e por preencher todas as lacunas que há em mim, por renovar meus sonhos, transformar tristezas em alegrias, dúvidas em certezas, e fazer com que eu queira me tornar sempre um ser humano melhor, mais tolerante com os outros e principalmente comigo mesma!

Como recebê-lo me tornou mais forte (como leoa capaz de atacar o maior de todos os adversários) e, ao mesmo tempo, tão mais frágil (capaz de chorar feito criança, horas a fio, por vê-lo febril, jururu, ou por ver na TV uma aflição de alguma mãe e automaticamente torná-la minha!).

Bom conhecer você, descobrir qualidades suas, defeitos, manias, medos, desejos... e cada dia é sinônimo de surpresa! Ainda bem que, ao contrário do que eu sonhei um dia, você não veio com "manual de instruções", pois desde o seu nascimento eu me senti perder o meu (se é que um dia eu o tive!).

Felicidades, hoje e sempre! E tentarei sempre estar por perto, feito sombra, fazendo parte de seus momentos, colaborando para que isso indubitavelmente aconteça! Palavra de mamãe!
Com amor, 

sábado, 24 de março de 2012

Tentando não me perder...


"O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância, os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitas, mais maduras, voltam quando têm de voltar, voltam quando é pra ser. Acontece que entre o ainda-não-é-hora e nossa-hora-chegou, muita gente se perde. Não se perca, viu?"

(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Sem desanimar...



Com o tempo aprendi, e tenho aprendido mais e mais, a não ficar muito atenta ao que me dizem, por já ter percebido que há tantas pessoas querendo ver a nossa tristeza, a nossa desgraça, a nossa destruição... e muitas vezes desejando exatamente o contrário! Encenação pura!

Hoje tento absorver menos, caminhar mais... e, principalmente, me silenciar mais! Já foi a época em que eu contava todos os meus planos e sonhos... Hoje eles moram em mim... Simples assim... e isso tem me bastado. São segredos entre mim e Deus.  Os resultados, porém, virão, e em breve, sem que eu precise ficar me alterando ou argumentando com muitos aprendizes de Judas!

quarta-feira, 14 de março de 2012

2 anos e 7 meses


Mais um mês desfrutando dessa paradoxal tarefa de ser mãe, e mais ainda mãe de Miguel, esse menininho arteiro e sapeca, que nos dá um chá de cansaço, mas também sempre de muita alegria! É uma benção, sem dúvida, e sei que ele veio para dar sentido à minha vida, engrandecer o meu ser, me ensinar muitas lições, desde que eu soube de sua existência. Obrigada, Senhor, por isso! Parabéns, meu príncipe-arcanjo! Como a mamãe o ama! E como é bom ver você todo dia me dizer que me ama pouquinho, só para me enganar, mostrando com o dedinho, e depois esticar os bracinhos o máximo que pode para revelar o tamanhão do seu sentimento, que, garanto, não é maior do que o meu! Ficamos, então, empatados. Pode ser?

Beijos e saboreie bastante, meu amado tricolor, o seu bolinho com "sereia", que, na verdade, é "cereja". Adoro quando você vem com essas trocas de palavras, já que costuma, para a sua idade, errar tão pouco! Espero estar errando pouco também como mãe, sabe!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Essa menina promete!


Pavilhão de espelhos

Não, eu não me arrependi de nada
Vida voa e o tempo é outro já
Você mudou e eu também
Tô aqui só pra saber que existe saudade
Ainda bem

Como num pavilhão de espelhos,
Eu te vejo multiplicada em mil
Eu vim aqui pra ver você
Solta, vestida de lua na nuvem
Dança como se dançasse pra ninguém
Ainda bem

Sim, eu sei que vieram chuvas
Noites cheias de céu vazio e vão,
Cruzei o mar, estrada além
Tô aqui pra ver se ainda bate, pulsa
Ainda bem

(Roberta Sá)

Não faz muito tempo que descobri essa excelente cantora chamada Roberta Sá! Ela se destacou num DVD que reunia muitos cantores, chamado "Samba Social Clube", mas confesso que essa música, em especial, mexeu profundamente comigo e entrou na minha trilha sonora, ainda mais por ontem. Faxina nos meus murais e porta-retratos... Só restou uma foto ou outra... e olhe lá. A necessidade de mudar o rumo da minha vida sempre implicou em mudar também esse tipo de coisa. Curioso isso, até!

Lembrei-me do dia em que, com a ilusão ainda pela metade, arranquei muitas fotos do casal que já ruíra e mantive apenas as de um trio em que eu ainda acreditava. Depois, num outro vendaval, até essas se foram e passei a colocar pai e filho, mãe e filho... essas duplas especiais que pensei que nunca nada nem ninguém conseguiria fazer romper, enfraquecer. Ledo engano!

Aí, curiosamente, hoje veio a brisa, calma, sem muita dor e sem lágrima... e fez mais uma nova limpa. Apagou quase tudo do passado e deixou apenas o presente, presentíssimo, e ali percebi que nem diluído "alguém" estava... nem no ele, nem no tu, nem no nós, nem no eu... É bem verdade que doeu, mas... passa, sempre passa. Espelho quebrado. Corte no dedo, na memória e no coração.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Valioso reencontro!


"Que as dificuldades que eu enfrentar ao longo do caminho 
não me roubem a capacidade de encanto..."

(Ana Jácomo)

Que a Ana Jácomo me encanta não é mais surpresa para ninguém, mas fiquei extremamente apaixonada por essa imagem, assim que a vi circulando pelo Facebook. Achei-a pura, simples, contagiante, surpreendente, como é a vida, ou ao menos como ela deveria ser! 

Lembrei-me das tantas limitações que trago em mim, interna e externamente, e percebi o quanto eu estava fortalecendo-as por achar que não poderia amenizá-las, vencê-las, e, por isso, ficando até meio inerte, desistente de algumas metas, de alguns sonhos....

A imagem fez com que eu mandasse, com urgência, a minha falsa velhice de espírito embora (xô, xô, xô!) e me pusesse a dançar, bailarina que sou, na alma, principalmente. Uma estranha sensação de paz, alegria e leveza se instalou em mim... Obrigada, Senhor, por resgatar em mim não só encanto (momentâneo), mas também a minha capacidade de encantamento (prolongada) através da Ana e de sei lá mais quem com esse encontro!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Miguel Aladdim Pan...


"-- Paz, felicidade e saúde", disse o geniozinho, esfregando a lâmpada com os olhos brilhando. E um mundo mágico apareceu diante dele, transformando-o no Peter Pan! E ele voou, brincou, sorriu e foi feliz como nunca na Terra mágica dos meninos perdidos. Depois, cansado de tanto voar, voltou pra casa e pro colo quentinho da mãe, que o encheu de beijos. " -- Paz, felicidade e saúde". Tornou a repetir para si. E dormiu feliz! 

Feliz dormirei eu, com um presente tão fofo como este, vindo da tia Manú Sena, uma amiga poeta de mão cheia e de coração mais cheio ainda! Obrigada! E enquanto vejo Miguel dormir aqui ao meu lado, penso se ele está mais para Aladdim ou para Peter Pan e como irá para o baile amanhã na escolinha... Para a minha surpresa, percebi que ele não só é ambos, mas como tudo e todos... Nele, ainda, cabe tudo e mais um pouco. Em mim, menos, mas ainda tenho um pouquinho de pozinho mágico escondido em meu coração para me transformar na Sininho... e olha que ainda economizo dois pedidos! Sempre serão úteis!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

2 anos e meio!!!


Não precisa de nada rebuscado para fazê-lo feliz! Basta reunir, em cima da hora, alguns amiguinhos e fazer uma pipoquinha, um Tang, comprar um bolinho miúdo com refri para virar uma festa -- de alegria e de animação!!! 2 anos e meio de vida do meu filhote já!!! 

Lamento por andar tão cansada... esgotada... e por não ter tido tempo de me sentar no chão da sala para brincar com massinha e guache... nem assistir ao filme "Rio" com ele pela milésima vez... Não tenho tido ânimo para ir à pracinha nem levá-lo ao parquinho ou para andar de trenzinho... mas sei que, no fundo, elezinho, com toda a sua sabedoria infantil, sabe que optei por trabalhar mais para poder oferecer a ele um pouquinho mais de conforto. Só peço muito a Deus para que Ele me oriente para que, apesar disso, eu consiga me dar a ele também. Sei que o tesouro mais precioso para ele é o estar ao lado de quem ama e que o ama! Já chegam as negligências e abdicações da outra parte...

Felicidades, meu arcanjo lindo!!!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Quero distância!


"Meu Deus, afasta de mim os venenos diários
 de quem não acrescenta,
só diminui."

(Caio Fernando Abreu)


Início de um ano letivo... início de muitas fases novas em minha vida...
Um dos tantos inícios que fazem parte do meu processo de reconstrução!
Insegurança? Um pouco. Ansiedade? Muita.
Mas em mim transborda a vontade de VIVER plenamente e de ser LEVE e FELIZ!
Que eu saiba reconhecer cada um desses venenos diários e não permitir que envenenem minha alma, meu coração, caso eles precisem roçar em mim, Senhor. Que eu saiba sabiamente neutralizá-los, um a um. Amém!


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Pais separados


Miguel ontem me perguntou por que todo amiguinho ia à pracinha com o pai e a mãe, juntos, e ele não. Isso foi como se uma faca bem afiada cortasse meu coração, profundamente, confesso, e, por alguns instantes, fiquei procurando em minha mente o que responder...

Respondi que o papai e a mamãe não namoram mais, resolveram continuar apenas amigos, mas que, um dia, eu ia tentar convidar o pai para ir conosco, se isso o deixaria feliz! 

Nó na garganta. Silêncio dele. Fuzilamento meu. 

Foi correndo brincar de subir na casinha para escorregar (coisa que ele ama fazer!), já esquecido da conversa, enquanto eu ficava ali sentindo sangrar o meu coração... 

Comentei isso hoje, rapidamente, com o pai dele, sem medo algum de sua décima quinta namorada achar que é manipulação ou pressão psicológica ou qualquer outra coisa. Não vou omitir o que meu filho sinaliza  por causa da insegurançazinha de ninguém! 

E eu que achava, tolamente, que a separação não me causaria mais nenhuma dor...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Broto, brotos...


Revendo muitas coisas em minha vida...
Momento mais de colher do que de plantar... graças a Deus!
O cansaço do plantar já passou.
Algo em mim diz que o tempo agora é de sentar, esperar, e olhar as flores... nascendo... brotando... pouco a pouco... sempre ACREDITANDO nelas!
Jardim à vista! Mereço!
Obrigada, Senhor!

Vander em mim, de novo...


Meu jardim

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando o meu jardim
Estou cuidando bem de mim
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim...

(Vander Lee)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Termômetro!


Amanheci pior do que fui dormir. Muita dor nos braços e nas pernas... dor de cabeça... aperto na nuca... cansaço... sonolência... e o que é pior: muita ânsia de vômito. À noite então... Nossasinhooora!!! Até febril eu me senti e foi graças a isso que eu pude morrer de rir, para variar,  com meu filhote Miguel, que me ouviu falar isso para mamãe e prontamente parou de mamar, desceu da cama que nem um furacão, subiu no berço, pegou um termômetro dentro de sua caixinha de primeiros socorros e, olhando pra mim, com ar de enfermeiro tarado, gritou: 

-- Arrááááááá!!!! Vamos ver!!!!

E já foi enfiando o termômetro, com sua habitual sutileza e delicadeza de elefante, no meu sovaco! 

Gargalhadas... minhas, de mamãe e, depois de demonstrar não entender nada, dele também! Acho que ele reconheceu ser melhor entrar no coro do que perguntar o porquê das gargalhadas! Esperto demais esse garoto, sem falar que é o melhor de todos os remédios! Cura tudo!

domingo, 15 de janeiro de 2012

(Ar)riscando


"Sigo à risca. Me descuido e vou... 
Quebro a cara. Quebro o coração.
Tropeço em mim. Me atolo nos cinco sentidos.
Viver não é perigoso? Então, com sua licença!"

(Guimarães Rosa)

Nenhuma parte minha nunca recebeu gesso... nunca quebrei nada fisicamente falando... Talvez para compensar as inúmeras vezes que já quebrei meu coração, coitado! Despedaçei muitos sonhos, desfiz castelos de areia que jurei nunca mais construir, mas... que ousei, não tanto tempo depois, construir ainda maiores e mais perto ainda do mar (tem uma linda vista ali e acho que por isso vale a pena correr tanto risco de ver tudo desmoronar). 

Tenho caminhado, embora a passos lentos que invejam até a mais lerda das tartarugas. Mas a inércia não me faz prisioneira, ainda bem! Reajo. Redescubro o poder do cheiro, do gosto, do sentir o vento, do ouvir as ondas indo e vindo, de ver margaridas e girassóis que existem sem necessitarem competir. Há lugar para todo mundo. Há um lugar para mim, especialmente em mim. É ali que me basta, por ora, morar. Moro. Habito. EXISTO!

sábado, 14 de janeiro de 2012

2 anos e 5 meses



As palavras vão se escasseando quando é dele que quero falar...
Em contrapartida, as peraltices e as tiradas vão se multiplicando numa velocidade que me assusta e... me encanta. Paradoxal assim!
É um amor tão grande que parece não mais ter espaço para crescer... mas curiosamente cresce... mais e mais... e me preenche toda...
Preenche até aquela que nem sei quem sou... cômodos que nem sabia que existiam em mim...
Mais um mês ao lado de Miguel e como tenho aprendido! Com ele, especialmente!
Obrigada, filho. Amo você! Parabéns!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O preço da maturidade...


"Eu já quis que o destino me surpreendesse. Quis muito!
Hoje eu só espero que ele não me decepcione."

(Caio Fernando Abreu)

 
Amadurecer inquestionavelmente tem seus benefícios, mas também penso que nos rouba a mágica de muitas coisas, de muitos planos, de muitos sonhos... A gente acaba se anestesiando, inconscientemente, e de repente passa a não esperar nada, ou a esperar bem menos do que gostaríamos!!! Assim é a vida... com seus altos preços... e a questão primordial é pensar se pagamos ou não, e quando!!!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Apresentando um príncipe a outro


Tentando começar a organizar as minhas estantes (o que é serviço para quase uma semana, ainda mais a prestação, por conta de Miguel), me deparei com o "Pequeno príncipe", e aí fui obrigada a dar uma pausa para apresentar tal livrinho (atemporal) ao meu filhote! Sempre me encanto e volto a ser tão criança quando o conheci pela primeira vez... Muito bom sentir duas crianças lendo o livro... A criança que há em mim gostou da cumplicidade (mesmo sem entendê-la muito bem), enquanto meu lado mãe, feliz, satisfeito, orgulhoso, sorria ao ver a tamanha aceitação por parte do filho!

Uma pena que a outra ponta do triângulo tenha sempre se recusado a ler tal livro por se considerar adulto demais...!!! Hunft!!!

domingo, 1 de janeiro de 2012

...Feliz ano novo!!!


O novo quando chega nos enche de esperanças...
Silencio-me então.
Que o ano que se inicia possa falar por mim...