domingo, 12 de maio de 2013

Mais um dia NOSSO!


Não serei hipócrita dizendo aos quatro ventos que a minha mãe é a melhor do mundo, muito menos que ela é perfeita, pois muitas e muitas vezes entramos em conflito, brigamos, nos magoamos, nos ferimos, aliás, para ser sincera, são raros os nossos dias de paz, e talvez por isso eles sejam tão valiosos, para ambas. Somos muito diferentes em muitas coisas e, ao mesmo tempo, parecidíssimas em algumas e, por incrível que pareça, o parecido é que nos repele. As diferenças são até, quase todas, contornáveis!

Gostaria de poder conversar com ela me sentindo em território amigo, desarmado, sem que no primeiro atrito ela usasse tudo contra mim, impiedosamente. É isso o que mais me incomoda nela, assim como sei que  meu jeito cada dia mais sem paciência para tolices a irrita. Apesar disso tudo, não posso negar que não sei viver sem ela, tanto que acabo voltando atrás todas as vezes em que me decido ir embora (e não foram poucas!). Não gosto da sua falsa independência, que termina quando precisa me pedir para abrir uma simples garrafa de refrigerante, ou fechar os trincos dos basculantes por ela não alcançar, ou fazer o curativo no seu pé, ou acompanhá-la a uma consulta médica... 

Detesto quando ela refaz tudo o que eu faço, ignorando o simples fato de haver várias maneiras de se fazer algo, ou quando coloca defeito em algo, ou quando diz que é para deixar para ela fazer e, em seguida, joga isso na minha cara. Porém, toda a minha raiva velozmente se dissipa quando eu a ouço tossir, espirrar, sinalizar qualquer interferência em sua saúde, ou quando se permite desmanchar falando com o neto com tanto carinho que eu até a desconheço! 

Sinto falta (muita) de uma mãe que erra e não só assume isso, como também a palavra desculpa faz parte do seu dicionário! Às vezes sinto necessidade de ouvir isso em vez de ver feita a minha comida preferida após uma discussão, apesar de saber que é a sua forma de pedir desculpas... sem pedir. Sinto falta de ouvir "eu te amo" e outras demonstrações de afeto em vez de vê-la chorar quando sente que algo ou alguém me ofende ou me magoa. Enfim, a maior prova de amor que eu poderia lhe dar, especialmente hoje, é dizer que, apesar de todos esses incômodos e discordâncias, diários e tão rotineiros, eu não sei se saberia ficar longe dela. Nem meu filho. Somos um time, um trio inseparável, portanto, o dia hoje não é das mães, mas da mãe, da mãe da mãe, e do filho, como tão bem me disse hoje meu sábio Miguel! Viva nós então! 

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