sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

É só moldura...


Fico imaginando como devem ser tristes pessoas que já deixaram de ser "tchutchucas" há tempos e não se deram conta disso, e continuam se comportando como se tivessem 16 anos, com vestidos coladíssimos e que as impedem de respirar, tentando fazer caras e bocas em todas as fotos postadas nas redes sociais, com poses para lá de vulgares (que nada têm a ver com sensuais), se expondo como se fossem um mero pedaço de carne... e pior: com a data de validade vencida! 

Nunca consegui ser assim! Acredito que a maioria das pessoas tende a divulgar o que tem de melhor...  Já eu não! Nunca filtro o que vou dizer, nunca escondo o que penso, nunca procurei descobrir qual o meu melhor ângulo para a foto... revelo minhas dores e meus calcanhares de Aquiles... tenho tantos... Em vez de ameaçada me sinto é livre, com tanta exposição! Não há segredos em mim, a não ser aqueles que o são também para mim, ainda! Mas distribuo cada um assim que os descubro. Sou mesmo filha da Senhora Transparência com o Senhor Cara de Pau! 

Não queria mesmo nunca correr o risco de bancar a ridícula, oferecida, carne exposta em final de feira, sem falar que depois que fui mãe todo esse cuidado triplicou, por não querer nunca deixar meu filho constrangido ou sendo alvo de gozação de amigos! Tenho sempre algo a mais a mostrar... interior...  que se renova... que se amplia... ou ao menos tenta! Quando a pessoa é "vazia" ou "rasa" demais é que costuma apelar para o exterior, explorando uma beleza que acha que tem (e às vezes até pode ter mesmo!), só que esquece de se preparar para as mudanças que vêm e não poupam... As rugas, os pés-de-galinha, a lei da gravidade, estrias, celulite, cabelos brancos, barriguinha... aí fica deprimida porque viu que se preocupou tanto com a moldura que não teve tempo de preparar a obra de arte... de pintar o quadro, ainda que seja surreal e só você entenda (ou nem você). 

Para evitar qualquer tipo de frustração ou de crise dos 30 (tardiamente) ou dos 40 (antecipadamente), tento me pintar, lidar bem com cada mudança que chega, sendo psicóloga de mim mesma! Às vezes a consulta é cara e pego pesado comigo... às vezes dou desconto e também um colinho básico... mas sempre tenho em mente que preciso investir na obra de arte, porque a moldura eu já nasci com ela e tenho total consciência de que é efêmera, transitória!

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