Esta data, para mim, está intimamente associada a cheiro de calda de pudim...
Por ser a sobremesa preferida de papai -- logo seguida pelo doce de carambola -- todo ano em vez de bolo, no seu aniversário, tinha que ter pudim!
Cresci assim, cercada por associações! E são muitas em se tratando dele: joguinhos de computador, jornal, revistinha de palavras cruzadas, gráfica, Nelson Gonçalves, cigarro e cachaça, não necessariamente nessa ordem.
Lembro-me de papai brincando com nossa gata Sofia, com folhas de coqueiro, e ela toda serelepe, duas crianças! E é aí que me dói não ter tido a chance de ter a lembrança de vê-lo brincando com o neto que tanto queria... Estranho sentir saudades de momentos que não tivemos!
Lembro-me de nossas idas ao INCA e é cada aventura vivida em parceria que certamente daria um livro, assim como também foram muitos os pastéis com caldo de cana na vinda para casa!
Apesar das nossas discussões, sempre por conta do cigarro e da cachaça, nunca senti vergonha do meu pai nem guardei dele qualquer tipo de mágoa. Sei que ele também não. Meu coração sente. E se alivia e até se alegra, mesmo o dia sendo, agora, triste.
Penso em papai e me lembro da última foto tirada dele, poucos dias antes de partir. Sorrio. Parece vivo ainda. E está. Impossível me esquecer da sua cabeça colocada por ele mesmo no meu colo para que eu lhe fizesse cafuné... e lhe falasse não mais palavras de encorajamento, mas de aceitação, de conforto, de fé em Deus! Ambos sabíamos bem que ali era a nossa despedida, tamanha cumplicidade adquirida!
É, já são 4 anos sem meu corpo comer pudim neste dia, mas já minha lembrança... aahhh, se lambuza!
Saudades que só crescem, pai, e meu amor também!
Saudade nunca morre e em certas datas elas apertam ainda mais! Mas com certeza é gostoso lembrar dos momentos bons com seu pai, amiga! Aproveite este dia. Não para sofrer, mas para lembrar dos momentos felizes! Um abraço!
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