Dois dias seguidos sem conseguir nada produzir, sem terminar nada que eu começava, sem conseguir concatenar uma ideiazinha sequer, e com muita, muita angústia e dor de cabeça! Aí fui procurar uma das minhas cinco catarses preferidas e que se revezam: ler, escrever, ouvir música, brincar com Miguel e tomar banho. Desta vez, escolhi a primeira e lá fui eu atrás do Rubem Alves e o seu "Ostra feliz não faz pérola".
Mal abri o livro e a dedicatória contida nele me encara: "Andreia, que este livro contribua para o seu crescimento cultural! Amo você! Feliz dia dos namorados! 12/06/08" O nome do santo nem vem ao caso, mas o milagre mereceu menção, sim.
Sou ostra. Infeliz, talvez. Mas encontro conforto nas palavras (sábias) do "Rubão". Produzo pérolas. Invisíveis, quase todas. Às vezes enxergo uma ou outra, mas não sei mais qual é verdadeira, joia, e qual é imitação, biju! Perambulo entre o real e o imaginário, entre alívio e saudade, entre vida e morte... e são tantos os paradoxos, que me cortam o pé. A fé também, muitas vezes. A alma, vez ou outra, consegue sair ilesa. Ou não.
Brinco com o tempo... avanço... retrocedo... Noto que sentimentos morrem, caducam, desgastam-se, mudam, se perdem pelos caminhos... Questiono-me como podem simples e poucas linhas fazerem doer o que já nem doía mais!?! Ainda bem que amanhã, provavelmente, tudo voltará ao normal e eu já nem me lembrarei mais... De que mesmo?!? Volto, então, a produzir minhas pérolas...
Texto maravilhoso. Renove-se sempre. bjkss
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