domingo, 15 de janeiro de 2012

(Ar)riscando


"Sigo à risca. Me descuido e vou... 
Quebro a cara. Quebro o coração.
Tropeço em mim. Me atolo nos cinco sentidos.
Viver não é perigoso? Então, com sua licença!"

(Guimarães Rosa)

Nenhuma parte minha nunca recebeu gesso... nunca quebrei nada fisicamente falando... Talvez para compensar as inúmeras vezes que já quebrei meu coração, coitado! Despedaçei muitos sonhos, desfiz castelos de areia que jurei nunca mais construir, mas... que ousei, não tanto tempo depois, construir ainda maiores e mais perto ainda do mar (tem uma linda vista ali e acho que por isso vale a pena correr tanto risco de ver tudo desmoronar). 

Tenho caminhado, embora a passos lentos que invejam até a mais lerda das tartarugas. Mas a inércia não me faz prisioneira, ainda bem! Reajo. Redescubro o poder do cheiro, do gosto, do sentir o vento, do ouvir as ondas indo e vindo, de ver margaridas e girassóis que existem sem necessitarem competir. Há lugar para todo mundo. Há um lugar para mim, especialmente em mim. É ali que me basta, por ora, morar. Moro. Habito. EXISTO!

3 comentários:

  1. Lindo post, Dequinha! Você sabe bem como transpor em palavras o que sente no coração. Bjos!

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  2. Dequinha, olha que lindo isso que você escreveu:
    "Há um lugar para mim, especialmente em mim."

    Use e abuse desse lugar. Guarde Deus no seu coração e toque em frente.
    Beijo no seu coração.
    Manoel.

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  3. Dequinha, que texto lindooo!! Muito poético!
    O sofrimento serve, pelo menos para duas coisas:
    1º amadurecimento
    2º inspiração para escrever divinamente.

    Não viemos para esse mundo para sofrer, amiga, por isso nada aqui é eterno, nem o sofrimento. Estou contra o Fernando Pessoa que afirma que o poeta é um fingidor; é porque ele naõ a conheceu, pode acreditar!

    Parabéns, mais uma vez, pelas letras muito bem empregadas e um sentimento que nem cabe nesse coraçãozinho derretido...

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