Chegamos e ele, bancando o doido, estava pendurado justamente rente ao portão. Mamãe, cada dia mais cegueta, o fechou bem em cima da sua asa esquerda. Grito e aumento considerável de tamanho por conta da abertura da asa boa. Miguel, assustado, saiu correndo, gritando, ameaçando chorar. Também levei um baita susto, mas disfarcei bem! Meu filho pôde, portanto, continuar me vendo como a heroína mais corajosa do mundo! (risos) A aventura só estava começando!
Com o chinelo, empurra daqui, empurra dali, e o bichinho foi parar na calçada. Miguel, já tomado de coragem, mínima, mas coragem, fitava o bicho sem piscar. Cutuca, cutuca, cutuca. Cada um que passava, olhava por curiosidade, doido pra descobrir o que atraía tanto a atenção. Arrastou-se para a rua, abrindo um bocão de dar inveja ao Nhac da menina do extinto comercial de Claybom! Abria uma asa que me fez entender porque o Batman assim se chama! Sentia-se ameaçado. Engraçado que nós também!
Depois de muito espetáculo, resolvi ajudá-lo a descansar antes que um carro ou uma bicicleta o esmagasse. Merecia uma morte mais digna, mais tranquila talvez (se é que isso existe). Joguei-o para dentro de um bueiro, onde, enfim, pôde morrer afogado depois de muito tentar nadar. Lá se foi a sua coragem. E eu... pude continuar sendo a heroína superprotetora, agora também caçadora de morcego! Agora só me resta saber qual será a próxima aventura!
Meu Deus, Dequinha... pq não chamou quem recolhesse o pobre morcego? Apesar da asa machucada, ele poderia ser levado para um veterinário, ao zoológico local...
ResponderExcluirTadinho...
Uma tragédia para o Morcego, um enredo interessante para nós, leitores. Infelizmente não podemos salvar tantos animais que estão à procura de socorro. Eles perderam suas casas e vem ao nosso encontro. Nós não podemos acolhê-los. E o fim iminente, vem mais rápido ainda...
ResponderExcluirGostei do texto, Dequinha.