quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Eu labiríntica!


Às vezes me perco em meio a tantas oscilações... Uma parte minha hoje quer voar, mas no outro dia quer se enfiar na toca. Num dia quero virar cambalhotas, feito criança, despretensiosa, ainda que em   ruas tão lotadas, para chamar mesmo atenção; no outro, ando tão tímida e recolhida, que pareço, como avestruz, minha cabeça querer enfiar no chão.  Há dias em que exagero na pintura e me encharco de blush, sombra, rímel, mas há dias em que não quero nem um batom. 

Procuro perambular por caminhos inóspitos... procuro, quase sempre, caminhar na contramão, desviando de um raio  ou de um trovão... mas corro, inteira, para a chuva, sem nenhum tipo de proteção. Não há nenhuma chance de me achar, nem de me perder... a não ser em mim. Aceito assim. Sou fonte que jorra e sacia... que respinga em todo mundo e chama atenção... mas às vezes -- muitas delas -- me sinto sozinha, perdida, quietinha e sem jorrar ao menos um grão! 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Viu, vi, ver...


Cansada de viver me anestesiando e deixando sonhos adormecidos por puro medo de assassinar um a um. Às vezes o coma pode ser salvador... mas... dispenso-o e tenho estado disposta a pagar para ver... ou melhor, pagar para VIVER. E viver a vida, de verdade, aproveitando todas as cores e sabores que ela nos oferece, o tempo todo, requer disposição e coragem de se sujar e de talvez nunca mais voltar a ser o que era... e sem nenhuma garantia de se ser mais ou menos feliz! Quero viver o risco, todos eles. Às vezes é preciso! E se não for tão salvador quanto o coma induzido, pelo menos é mais animador, inspirador, inspira dor... Cansei de ser robô... cansei do indolor... do bolor... Quero tudo o que é meu, ou o que ao menos pode sê-lo. Há risco. Mesmo assim, arrisco. E CAGUEI para quem criticar... 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Waldemira agora!

Sempre pensei que meu filho fosse seguir os meus passos em sua vida escolar e ficar aaaaaaaaaaanos numa mesma escola, com os mesmos coleguinhas, com os pais todos amigos e com as melhores lembranças do mundo em seu coração! Porém, por alguma razão, sua historia já se faz diferente e vamos ver daqui para a frente. 

Deixou para trás a "Iara Coutinho" e agora é na "Waldemira" que segue seu caminho. Outras tias, outros amigos, outras práticas, outra direção, outro espaço para trilhar seus segundos passos nesta longa vida escolar. Que lá seja como um lar e que possa sorrir mais, se soltar mais, sem precisar conviver com gritos, apertos, castigos, provocações, irritações e mentiras. 

O espaço físico já é acolhedor, fresquinho, limpo, beeeem diferente do que deixou para trás. O parquinho é bem cuidado, os funcionários mais bem preparados, tudo parece correr bem. Espero que não venham muitas rifas nem muitas explorações. Que as mordidas, se vierem, que venham também com explicações. Empurrões também. Que haja ali respeito, carinho e profissionais confiáveis, que, apesar da dureza diária e do cansaço, não se esqueçam de que deixamos ali nossos maiores tesouros. Que a escola seja, então, baú e não um mero depósito de crianças. 

Que Deus proteja todas as crianças, todos os dias, principalmente o trio maravilhoso formado por Miguel, Liz e Arthur. Que ilumine e proteja também todos aqueles que cuidam deles! Que amplie suas amizades e que ele se dê bem com todos os amiguinhos, até com o Erick! Que comemore a volta do João Pedro Cardoso, de quem sempre revelou sentir saudades, e que supere as saudades dos que precisaram se separar, como Guigui, Melissa, JP Motta, Carol... Que curta bastante sua nova escola, filho! Aproveite, meu aprendiz de Homem-Aranha! (risos)

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Impunidade: até quando?!?


Fico triste quando alguém parte, seja conhecido ou não, e fico mais triste ainda quando se trata de alguém tão jovem como a Paulla Carvalho, de 13 anos, que foi mais uma vítima da irresponsabilidade. Não a conhecia, mas choro e sofro como se conhecesse, porque poderia ser minha sobrinha -- que tem quase a mesma idade --, poderia ser minha aluna, minha vizinha... Fico perplexa por ver que ela representa uma geração cada dia mais sem limites e que insiste em querer queimar etapas e "amadurecer" da dia pra noite (apenas fisicamente). 
                                                                                                
Hoje agradeço à minha mãe quando eu, com 15 anos, só podia sair na companhia de um adulto ou então chegar em casa, no máximo, até meia-noite, e ai de mim se passasse um minutinho! Era castigo na certa! Mesmo assim, ela marcava em cima, queria saber quem iria, onde iria, quem iria nos trazer, e tudo isso numa época em que nem se tinha a vantagem de ter celular! Ainda bem que ela teve pulso para me dizer mais "não" do que "sim", porque, como toda adolescente, eu também queria ser "dona do meu nariz" e fazer o que me desse na telha. Não fazia meeeeeesmo! E o nariz nunca foi meu!

Sinto-me submersa em várias indagações... e a maior delas é: Quem teve culpa, afinal?!? Se foi quem dirigia bêbado e foi irresponsável; se foi a própria Paulla que, deixando a criança aflorar mesmo num corpo de bem mais mocinha, se deixou empolgar e ficar em pé no carro com teto solar e dirigido por um "tio" bêbado, pensando que nada pudesse lhe acontecer; se ela foi abusar da liberdade excessiva que seus pais lhe davam; se seus pais erraram ao permitirem que uma criança estivesse na rua às 5 da manhã em pleno carnaval e na companhia de estranhos; se a polícia foi conivente ao não apurar, sabe-se lá por que motivo, devidamente os fatos; se a mídia se silenciou a fim de proteger sabe-se lá quem; se Cabo Frio não queria que esse acidente horroroso manchasse a fama de um "carnaval perfeito e calmo"; se o Conselho Tutelar deveria deixar de fazer "vista grossa" e passear de vez em quando nos points da moçada para ver quantos adolescentes da idade da Paulla estão ali vendo o dia amanhecer, bebendo, se drogando, se prostituindo, transando...

A grande verdade é que todos nós, direta ou indiretamente, temos culpa!!! E a temos porque não nos indignamos como deveríamos ao ver nossos jovens fazendo tudo isso, porque acabamos achando tudo normal, porque aceitamos que o mundo incentive mais a se aproximarem da vaidade e dos shoppings do que de Deus e do amor a si mesmos e à vida, essa vida (mais uma!) que hoje escorreu pelos dedos! O turista foi embora com a sensação de aqui tudo é perfeito... e nós ficamos com essa dor, imensa, com essa sensação amarga de impotência! Até quando, meu Deus?!? Até quando?!?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Mais um divisor de águas...


Finalmente consegui assistir a "Como estrelas na terra - Toda criança é especial", que eu já paquero há anos e que veio de longe, pelos Correios, enviado pela minha amiga Zizi Casemiro, já há alguns meses,  mas só hoje, por alguma razão, consegui ver!

Chorei, porque infelizmente me vi no discurso autoritário de alguns professores, ainda mais quando comecei a lecionar, ainda muito nova, e cobrava mais dos meus alunos do que hoje acho que deveria, ainda que bem intencionada e não meramente por tirania.  Chorei, porque é triste fazerem comparações entre um filho e outro, desconsiderando que cada um é único, sempre, graças a Deus. Chorei, porque vi como tem faltado mesmo sensibilidade no mundo, para perceber a grande diferença entre preguiça e doença. Chorei por puro medo de não ter sabido enxergar tal diferença em alguns momentos da minha vida.

Chorei por ver tanta ignorância por parte dos pais, tanta incompreensão, tanto medo de lidar com o diferente. Chorei por acharem que o diferente vale menos, quando, na verdade, ninguém vale mais ou menos que ninguém, nem com relação a si mesmo e com o que se esperava que fosse. Chorei por de repente não ter sabido encontrar em alguém as habilidades que se tinha e por ter rotulado por não ter encontrado as que eu procurava.

Chorei por pena de ver um menino que precisava tanto de ajuda e compreensão e ganhou ficar distante da família, recebendo solidão em vez de abraço, bronca em vez de carinho, palmatória em vez de ajuda. Chorei porque ninguém entendia seus momentos de revolta... de angústia... Chorei porque também já me senti assim e sei o quanto dói sermos hostilizados quando, no fundo, sedentos,  cansados, imploramos, ainda que silenciosamente,  por amor. Chorei porque já devo ter matado muitas pessoas-árvores com palavras de desprezo, raiva, amargura, ódio momentâneo, vingança, me esquecendo do quão poderosas são as palavras! Chorei porque muitas vezes elas me fizeram suicida!

Mas também chorei quando souberam OLHAR para ele, verdadeiramente, e se reconhecer nele... de buscar soluções... de acolher... de acreditar em vitória... de querer fazer algo... de precisar fazer a diferença! Chorei quando vi a obra de arte que o menino produziu e que o levou da condição de demente a gênio, de fracassado a vitorioso!!! Chorei, mais ainda, quando o professor retratou esse menino sorrindo, profetizando que se pode, sim, transformar dor em alegria! Choro por querer saber ser esse professor, fazendo pelo meu aluno o que eu, como mãe, gostaria que fizessem com meu filho! Tudo, e mais um pouco.

Impossível assistir a esse filme e continuar sendo a mesma... Ainda bem, Senhor! Obrigada aos meus amigos Márcio Carvalho e Jaqueline Barboza, por terem dado, mesmo sem saber, o pontapé que faltava para eu encontrar tempo para fazer esse "encontro" acontecer!!!

Acróstico do mais puro amor


Meu filho amado,
Ilumina todos os meus dias
Guardo em você sonhos...
Ungido por Deus,
Esperanças que se renovam
Lua e sol num só ser!

Garoto arteiro, lindo e perspicaz
Arcanjo dono do meu coração
Risonho e puro
Coração maior do que o mundo. 
Imaginação pra lá de fértil
A minha melhor canção!

Felicidade em mim habita
A você dedico cada linha
Responde com um sorriso
Inigualável, incomparável...
Amor puro, grande, incondicional!

Dou graças a Deus por tê-lo 
Adoçando e justificando minha existência! 

Reina em cada pensamento:
Ordena, 
Consente,
Harmoniza,
Abençoa! 

Salva,
Ilumina, 
Liberta.
Vela sonhos,
Esperanças,
Ilusões,
Razões...
A maior delas é amar você, sempre! 

Mais um mês de vida! 3 anos e meio! Que continue com essa força interior maior do que a do Super-Homem! Eu e a vovó Cléa amamos demais você! É tudo para nós! 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Mamífero III (ou "desmamiferando!")

-- Tá vendo só, filho, como você tem foto mamando e está comprovado de que é um mamífero!?!
(Silêncio, enquanto olhava atentamente a foto, como se quisesse descobrir alguma marca de Photoshop, de montagem, ou algo do tipo).
-- Foi lá para o "Gugui"?
-- O quê? 
-- A minha foto, ué! 
-- Não, filho, está só no meu blog.
Olhou para mim, com um ar de vitorioso! 
-- Tá bom, Miguel, você NÃO é um mamífero, tá bom? 
(Silêncio)
-- Mãe, por quê? 
-- Por que o quê, Miguel?
-- Por que eu não sou mais um ma-mí-fe-ro? 
(Silêncio sepulcral. Vontade imensa de colocá-lo de castigo e deixar um ano e meio sem... LEITE!)

Mamífero II (ou "não sou mamífero meesmo!")

Decidi registrar a historia do mamífero aqui para que a coisa não se perdesse, já que está cada dia mais complicado confiar na minha já tão gasta memória. Até aí tudo bem, se eu não tivesse tido a "brilhante" ideia de convidar Miguel para escolher uma imagem para utilizar no post!!! Abrimos o Google, digitamos a palavrinha mágica e... pronto!!! Meu aprendiz de filósofo, inquieto e questionador como ele só, atento, argumentou que não é mamífero meeeeeeeesmo, visto que ali só apareciam fotos de bichos mamando e nenhuma de... GENTE!!! 

Não pude controlar minhas gargalhadas ao ouvi-lo, indignado, dizer: -- Tá vendo, mãe, eu sou gente!!!

Pronto! Tentando achar uma solução para esse problema, colocando aqui neste post um mamífero que é gente, e que é ele!!! Vamos ver se isso o convence ou se essa historia ainda vai render a ponto de surgir um "Mamífero III"!!!! Com ele tudo é possível! Ou alguém duvida?!? kkkkkkkkkkkkkkkkk


Mamífero I (ou "eu não sou mamífero!")

Vendo o desenho "Os sete monstrinhos" com Miguel, para variar, me acabei de rir com sua tamanha curiosidade em querer entender tudo! Parece que vai ser uma reprise minha, pois sempre adorei os porquês de tudo, e sou assim até hoje. A fase dos porquês, em mim, e provavelmente nele, será prolongada sabe-se lá Deus até quando! 

A minha figurinha rara ouviu a palavra até então desconhecida MAMÍFERO e me perguntou prontamente o que era, num diálogo que agora aqui tento reproduzir: 

-- Mãe, o que é ma-mí-fe-ro?
-- É animal e gente que, quando filhote, bebe leite, mama... Você, por exemplo, filho, é um mamífero!

(Silêncio, misturado com espanto)

-- Mããããe, eu não quero ser mamífero não! (com cara de choro, preocupadíssimo)
-- Por quê, filho? Ser mamífero é bom, ué! (me controlando para não rir)

Voltou a brincar, mas, se bem o conheço, o cérebro continuou processando e querendo se convencer de que era um mamífero e de que forma isso poderia ser bom...!!! Para ele, ainda mais soletrando a palavra, estranhíssima, era tudo aterrorizante, isso sim!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Inteligência e fidelidade infantis


Fico rindo ao observar meu filho e sua fidelidade ao que sente, mesmo à distância e sem manter contato diário com algumas pessoas! Antes mesmo de completar um aninho, ele já namorava a Liz e, mesmo conhecendo muitas outras meninas, ainda mais na escola, não houve um só momento em que ele sinalizasse mudar de ideia... nem de namorada!  Sempre que é indagado sobre isso, não titubeia e prontamente responde com um sonoro"LIIIIIIIIIZ". Também não se esquece de alguns amiguinhos da escola!

Estar junto não é necessariamente estar perto o tempo todo, mas estar TODO, INTEIRO toda vez que a isso se dispõe. Noto isso toda vez que finjo que estou vendo desenhos com ele enquanto digito minhas provas no computador e constato que essas horas, para ele, não são computadas, por perceber seus olhinhos de insatisfação, que me incomodam e me obrigam a tomar a sábia decisão de largar tudo, mesmo atarefada, cansada, gripada, com dor, e ir com ele para o quintal jogar bola, ou à pracinha, ou a tomar um sorvete, ou encher a piscininha para ficarmos a tarde toda brincando! 

Não adianta fingir... nem mentir... nem tentar tapear... Criança percebe isso com tamanha facilidade e rapidez! Adulto que tem disso de se fazer de bobo, de bancar o cego para não perder determinadas coisas... para não afastar determinadas pessoas na esperança de... De quê? De ser sempre feito de idiota?!? Enfim...

Invejo sua capacidade de gostar sem exigir nada em troca (a não ser sinceridade), invejo seu desprendimento em deletar determinadas pessoas de sua vida quando percebe que elas não fazem o menor sacrifício nem questão alguma de estar junto dele, invejo quando ignora quem não o acha, de fato, importante e especial...  Não tem mesmo que se contentar, nesse caso, com menos do que você merece, filho, e você merece o mundo! Como aprendo com você! Muito! Sempre! E obrigada por sempre me oferecer mais do que um sorriso (que já bastaria) e me presentear com um abraço carinhoso acompanhado por um "obrigado, mãe, eu te amo". Você me ilumina, me colore, me renova, me faz melhor. Não tem presente maior do que esse! Não mesmo! 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Bem-vindo (de novo), Arthur!


Miguel já o conhecia antes mesmo de nascer, acho, pois o via passar no colo de sua mãe quando ainda na minha barriga estava. Se não via, sentia. Era um aceno de uma mãe daqui, outro da mãe de lá, e a existência deles acabou fazendo nascer uma amizade. Ser mãe, aliás, aproxima demais as pessoas, cria laços! É até mágica a simpatia que uma grávida tem pela outra!

Nos aproximamos, trocamos dicas e conselhos, trocamos fotos, DVDs da Galinha Pintadinha, roupas e até um All Star preto Miguel herdou! Juntos eles passeavam bastante e eram inseparáveis! Muitas idas às pracinhas, piqueniques improvisados... Moravam na mesma rua... 

Lembro-me como se fosse hoje da Mariana, por telefone, me dizendo que, depois de um bom tempo separada, tinha resolvido dar uma chance ao pai de Arthur e tentaria mais uma vez. Eu optara  pelo trajeto oposto: tinha acabado de me separar. Mesmo tendo ficado triste por ter perdido minha companheira de passeios, grande parte minha se alegrou: sempre me alegro quando uma família desfeita tenta se refazer! Orei por eles! Muito! Mereciam ser felizes! Aliás, todo mundo merece, principalmente pessoas batalhadoras, do bem! ´Dentro do esperado, nossos caminhos acabaram se afastando, porém, os sentimentos não. 

Bom ver que, mesmo com pouquíssimo contato, Miguel continuava se referindo a Arthur como melhor amigo, posto agora dividido com Guigui, outra gracinha de menino,amigo da escola! Com Guigui, a historia se repetiu e veio Rose, que logo minha amigona também se tornou! Mãe atraindo mãe... Minha  "velha" teoria! Companheiros inseparáveis também, até que Guigui se mudou para São Pedro e aí deixariam de estudar juntos. Outra dor, mais em mim do que em Miguel. Criança tem sempre a leveza e a sabedoria de saber lidar com o inesperado e com as adaptações beeeem melhor do que a gente! 

Como uma espécie de compensação, Mariana e Arthur voltaram a ficar próximos e os passeios voltaram, as bagunças voltaram, até juntos vão estudar, nesta louca gangorra da vida. Fiquei feliz pela proximidade, pois sempre senti saudades disso, mas, novamente, uma parte de mim (grande) se entristece... por saber que tudo isso tem um preço... e mais uma separação. Sigo sem entender... Prefiro sentir, aproveitar, curtir! A vida está aí para isso! Pensar às vezes dói e eu estou, definitivamente, correndo de dor! 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Encontrada dentro de um livro...

Organizar meus livros nas estantes é uma tarefa melancólica e sempre reserva algumas surpresas... ora agradáveis, ora nem tanto assim!  A sensação que tenho é a de estar sempre prestes a abrir uma caixinha de surpresa, ou a famosa Caixa de Pandora, mas sem a esperança na jogada. Por essas e outras, confesso, muitas vezes evito, adio, resisto...

Encontrei mais uma cartinha perdida, cujo destinatário nunca será motivo de vergonha ou arrependimento: meu filho. Mais uma de tantas cartas que escrevi para meu arcanjo Miguel. Que elezinho um dia possa ler todas e que, claro, me sinta em cada uma delas, principalmente se, por algum motivo, eu não puder estar ao seu lado, fisicamente, para lermos juntos!

Hoje, mais uma vez, senti a efemeridade da vida, ao ver deitado num caixão, inerte, um amigo querido que há tão pouco tempo esbanjava jovialidade, alegria, tanta vida! Num curto espaço de tempo tudo pode mudar... e isso nos faz repensar uma série de coisas, valorizar ainda mais outras e, claro, aceitar determinadas transições, que nos conduzem, sim, para muitos renascimentos... Bom renascimento, Juninho, e que saibamos renascer todos... sempre...!!!!

Filho,

Hoje é domingo de Páscoa e é a sua primeira Páscoa, de muitas, se Deus quiser! Queria que você só conhecesse o lado bom e doce da vida, com o gostinho do sorvete que você tanto adora ou daquele delicioso suquinho que a mamãe faz com tanto carinho para você, ou até mesmo daquele pedacinho minúsculo de chocolate que resolvi lhe dar, mesmo morrendo de medo! Só que nem tudo sai de acordo com o que queremos, pois, se assim fosse, o mundo dos filhos seria perfeito em tudo, obedecendo às vontades de cada mãe, que é sempre generosa. Quero então que você saiba lidar com todos os momentos menos doces que surgirem em sua vida, como este agora, em que os dentinhos começam a lhe rasgar a gengiva, causando tanta dor, desconforto e irritação! 

Você ouvirá falar muito no Papai do Céu e também em seu filho Jesus, que morreu na cruz por nós e que também ressuscitou, há séculos, num domingo... de Páscoa, como este. Que você saiba então que é preciso sempre fazermos uso de um sentimento mágico chamado FÉ, que só ele poderá mudar tudo em nós e em nossa vida, só ele pode transformar até morte em vida, tristeza em alegria, dor em consolo.  Precisamos renascer praticamente todos os dias, filho amado! Um dia você saberá do que fala a mamãe, quando maiorzinho já for, pois agora é apenas um bebezão lindo de sete meses e meio, apesar de ser muuuuuuito espertinho! 

Páscoa não é só ovo de chocolate e bombom (embora isso tudo seja delicioso e possa estar sempre presente neste dia) e espero que o verdadeiro sentido desta data esteja sempre, consciente ou inconscientemente, presente em você, em seu coração. Saiba que a mamãe ama demais você e sempre amará! É o meu leãozinho, meu amor, meu bichinho da goiaba, meu branquelo! Feliz Páscoa, hoje e sempre! 

Com amor, 
Mamãe Dedéia
04/04/2010

sábado, 2 de fevereiro de 2013

A Deus: Juninho!


É com muita tristeza que venho aqui escrever sobre essa figura incrível que foi e é Juninho: inteligente, brincalhão, amigo, alegre (mesmo nos momentos de sofrimento e de dor eu jamais o vi sem um sorriso no rosto, seu cartão de visita!), excelente companheiro (sei que muito feliz fez minha amiga Márcia), um pai maravilhoso para as cinco meninas que deixa (Raquel, Isabel, Rute, Natália, Carol), ótimo filho, sobrinho e primo querido por todos, amigo de muita gente que sei que hoje, como eu, chora e ora por ele, não necessariamente nessa ordem!

Tive a honra de tê-lo, mesmo que por pouco tempo, como meu professor de Matemática no Miguel Couto e lembro-me de que suas aulas eram pra lá de engraçadas, sem falar que era impossível não entender suas explicações, entre uma fungada e outra. Depois, tive a chance de tê-lo como colega de trabalho na FERLAGOS (onde até hoje não sei se trabalhamos ou se zoamos mais) e aí logo a sua historia com a de Marcinha se misturou... e nunca mais se separaram!

Passaram, juntos, por algumas turbulências, incompreensões, lutas, perdas, dores (acompanhei algumas delas, ainda que nem sempre de perto), mas também receberam muitas conquistas, vitórias e bençãos, sendo a tão sonhada e esperada Carol a maior delas, tenho absoluta certeza! 

Acabei, quem diria, por ironia do destino, fazendo parte de sua família, dando à Carol seu priminho  Miguel, e foi graças a ele que eu pude estar presente no nosso último encontro: festinha da sua filhota e também dia do seu aniversário, o último entre nós. Hoje entendo o porquê de eu ter sentido um certo clima de despedida (antecipada). Só hoje entendo cada lágrima que caía quando eu, debruçada no murinho da "Casa da árvore", o via voltando a ser criança brincando com suas filhas! Não o vi mais depois disso, mas está há tempos em minhas orações e estará sempre! 

Muita gente estava orando fortemente nestes últimos dias e, claro, apostando que, mais uma vez, você, forte, destemido e guerreiro, sairia desta e venceria a doença, alcançaria a cura, mas... Deus tinha outros planos e que estão acima do nosso humano e limitado entendimento! É a hora da partida, que implica em dor, tristeza, saudade... e é chegada a hora de dizer "até logo" e de pedir conforto para os que ficam. Hoje, sei que não são poucos os que choram... Você marcou de forma especial a vida de cada um! Fez historia! Uma historia linda e intensa! Portanto, descanse em paz, meu amigo, e não se esqueça de levar sua inseparável pochete, porque todo o resto você tem pra lá de sobra, dentro de você! Feliz caminho novo! 


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Segurança de mim mesma!

Em 2012, confesso que estive bastante ausente não só daqui do blog, mas como meio que de mal com a escrita e até comigo mesma. Foi um ano de lutas e por isso meio que me silenciei, na marra, já que tudo parecia estar sem foco e se eu falava "alho" entendiam "bugalho". Cansei das incompreensões... desisti de lidar com elas, tão estressada e ferida eu saía sempre!

Este ano algo mudou... A tempestade não me assusta mais por eu já saber transformá-la em brisa... e numa brisa que acaricia meus cabelos, minha alma, meus dedos... dão um Norte a eles, ainda que para muitos seja um Sul... Aprendi a lidar com as diferenças e não há mais nenhuma necessidade de convencer ninguém de nada... nem a mim mesma!

O resultado é que, num só mês, postei o equivalente a todo um ano, no ano passado. Mesmo não tendo (re)aprendido a cantar, solto meus grunhidos e dane-se quem acha feio, estranho ou desafinado. Já passei da fase de pensar no que vão pensar de mim... até porque pensam até mesmo quando me silencio. Que pensem à vontade então! Não posso impedir... nem tento mais... nem quero mais... Aprendi o essencial: posso, sim, impedir de que o que pensam sobre mim (sendo ou não verdadeiro) me atinja. Sensação boa de autoproteção! Nem preciso de seguranças, afinal, tornei-me, a duras penas, segurança de mim mesma. E nisso não falho mais! Palavra!